As tempestades e enchentes sem precedentes que atingem a Inglaterra são um alerta para os riscos decorrentes do aquecimento global, afirma lorde Nicholas Stern, economista e professor da London School of Economics, informa o jornal inglês The Guardian. Stern foi autor de um relatório de 700 páginas publicado em 2006 a pedido do governo do Reino Unido sobre o impacto econômico da mudança do clima.
Mais de 500 microrregiões da Inglaterra estão em estado de alerta para inundações; em 23, a situação é considerada muito grave, noticia a televisão pública britânica BBC.
O Relatório Stern advertiu que, se nada for feito, o agravamento do efeito estufa terá um custo anual de 5% do produto mundial. Se todos os impactos diretos e indiretos forem computados, essa perda pode chegar a 20%. Recentemente, Stern declarou que acredita ter sido otimista: a realidade é muito pior.
Em artigo publicado hoje no Guardian, o economista destaca que os sete anos mais quentes e os cinco anos com mais chuva da história do Reino Unido foram registrados desde o ano 2000. As chuvas deste inverno são as maiores desde 1776, quando a estatística começou a ser feita.
"Se não cortarmos as emissões [dos gases que aquecem a atmosfera], a temperatura pode crescer quatro graus centígrados ou mais acima dos níveis da era pré-industrial até o fim do século", escreveu Stern. Uma grande mudança climática "poderia causar uma migração em massa de centenas de milhões de pessoas das áreas mais afetadas. Isto levaria ao conflito e à guerra, não à paz e à prosperidade."
Na sua opinião, "a inação só pode ser justificada se tivermos uma grande confiança em que os riscos do aquecimento global são pequenos. Não é o que nos ensinam 200 anos de ciência climática. Os riscos são enormes."
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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