A pedido da Procuradoria-Geral da Venezuela, um juiz de Caracas decretou ontem a prisão do líder oposicionista Leopoldo López como suspeito de incitar à violência em manifestações de rua realizadas ontem que terminaram com três mortes. Na capital e em várias cidades do interior, houve protestos pedindo a renúncia do presidente Nicolás Madura em meio a uma crise de desabastecimento, com inflação de 56% ao ano.
Mais cedo, um porta-voz do partido Vontade Popular disse que López não havia sido notificado e estava examinando a situação com seus advogados.
Pelo menos outras 23 pessoas saíram feridas e 25 foram presas nas manifestações contra e a favor do governo. Maduro repudiou a violência e acusou grupos "nazifascistas" de articular um golpe para derrubá-lo.
O presidente venezuelano também proibiu manifestações de protesto, levando os líderes oposicionistas López, María Corina Machado e o prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, a denunciar uma violação da Constituição e dos direitos políticos, informa o jornal Latin American Herald.
A situação econômica da Venezuela, falida pelas políticas do "socialismo do século 21" do falecido presidente Hugo Chávez, se agrava a cada dia sem que o governo mostre condições de reverter o quadro.
Hoje, a companhia japonesa Toyota, maior fabricante de automóveis do mundo, anunciou a redução de sua produção por não conseguir importar autopeças no ritmo necessário para manter sua fábrica operando normalmente. O dólar no câmbio negro vale 13 vezes mais do que a cotação oficial, e as empresas não conseguem a moeda americana para pagar pelas importações.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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