Por uma pequena margem, com apenas 50,3% dos votos, o eleitorado da Suíça aprovou hoje o "fim da imigração em massa" e a imposição de quotas de imigração, rejeitando em referendo um acordo de livre circulação de pessoas negociado pela União Europeia.
A Alemaha e outros países europeus protestaram contra a tentativa de Suíça de manter sua singularidade e isolamento. Esse pequeno país montanhoso adotou há séculos a neutralidade para escapar das guerras que assolavam o continente.
Já no tempo de Luís XIV, da França, os suíços passaram a se oferecer para guardar o dinheiro de outros países para protegê-lo sob sua neutralidade. Desde 1934, quando começava a ascensão do nazismo, a Suíça adotou o sigilo bancário. Isso ajudou-a a se defender de Hitler, que nunca invadiu o país.
Hoje a grande ameaça ao modelo suíço é a globalização. A maioria dos analistas está certa de que mais cedo ou mais tarde a Suíça terá de se integrar à UE, perdendo assim as caraterísticas centrais que a tornam um país único. Como a Suíça tem cantões (o equivalente a estados) alemães, franceses e italianos, a atração que Alemanha, França e Itália exercerão sobre eles será capaz de romper a Suíça.
O referendo para acabar com o acordo de livre circulação de pessoas firmado com a UE é mais uma etapa de uma resistência que em longo prazo parece inútil.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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