Sob a alegação de não tem outra escolha, o marechal Abdel Fattah al-Sissi, líder do golpe militar de 3 de julho de 2013, anunciou hoje que será candidato à Presidência do Egito, em entrevista ao jornal kuwaitiano Al-Seyassah. A eleição deve ser realizada até junho.
"Não rejeitarei este apelo" do povo egípcio, acrescentou o general, ministro da Defesa e comandante supremo das Forças Armadas. Ele derrubou o islamita Mohamed Mursi, primeiro presidente eleito democraticamente da história do país, e no mês passado foi promovido a marechal.
Desde a aprovação de uma nova Constituição em referendo boicotado pela Irmandade Muçulmana, em janeiro de 2014, havia a expectativa de lançamento da candidatura de Al-Sissi. Longe de reduzir as tensões no Egito, onde mais de mil pessoas foram mortas depois do golpe, a candidatura Al-Sissi deve acirrar os ânimos.
Afinal, a provável vitória de Al-Sissi marcará a volta ao poder dos militares, que governaram o Egito desde a Revolução dos Coronéis, que derrubou a monarquia em 1952, até a queda de Mubarak, em 11 de fevereiro de 2011.
A ditadura está de volta, com seu Estado policial reprimindo igualmente islamitas e os liberais e socialistas que apoiaram o golpe contra Mursi por causa do autoritarismo e sectarismo da Irmandade Muçulmana.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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