Diante do caos em Kiev e nas principais cidades ucranianas, os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da Ucrânia, Viktor Yanukovitch, tem encontro marcado na abertura da Olimpíada de Inverno em Sóchi na próxima sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014. Putin ameaça não liberar uma ajuda de emergência de US$ 15 bilhões enquanto a Ucrânia não tiver um novo governo.
A crise na Ucrânia estourou no fim de novembro de 2013, quando Yanukovitch abandonou, sob pressão da Rússia, um acordo de associação com a União Europeia (UE) que minaria o sonho de Putin de criar a União Eurasiana, uma versão degradada da extinta União Soviética.
O acordo com a UE não seria excludente, mas a Rússia não tem como competir economicamente com a Europa. Partiu então para a chantagem, ameaçando cortar o suprimento de gás de que a Ucrânia depende desde a era soviética e oferecendo a ajuda de emergência que agora se nega a liberar.
Nas ruas, a oposição ucraniana exige a renúncia do presidente. Yanukovitch já ofereceu os cargos de primeiro-ministro e vice-primeiro-ministro, sem sucesso. Por isso, Putin prefere esperar o desfecho de mais uma revolução num país vizinho contra o autoritarismo da era soviética, sempre uma ameaça para o homem-forte do Kremlin.
Se a Ucrânia virar uma democracia, a Rússia pode seguir o exemplo.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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