domingo, 1 de julho de 2012

Partido da ditadura deve voltar ao poder no México

O Partido Revolucionário Institucional deve reconquistar hoje a Presidência do México, que ocupou de 1929 a 2000, na longa ditadura civil que se seguiu à Revolução Mexicana (1910-20). Os mexicanos votam hoje numa eleição presidencial de turno único com favoritismo de Enrique Peña Nieto, do PRI, seguido de perto pelo esquerdista Andrés Manuel López Obrador, do Partido da Revolução Democrática (PRD).

Desde sua fundação até 1989, o PRI ganhou todas as eleições majoritárias. Para o escritor liberal peruano Mario Vargas Llosa, o PRI criou a "ditadura perfeita". Naquele ano, perdeu os primeiros governos estaduais. Só entregou o poder federal ao ex-diretor da Coca-Cola Vicente Fox, do conservador Partido de Ação Nacional (PAN), em 2000.

Há seis anos, o PAN elegeu Felipe Calderón, numa eleição apertada e contestada pelo ex-prefeito da Cidade do México López Obrador, que denunciou fraude e demorou a reconhecer a legitimidade da vitória do atual presidente.

Calderón declarou guerra às máfias do tráfico de drogas, que ganham bilhões contrabandeando-as para os Estados Unidos e compram armas com facilidade no mercado americano.

Mais de 50 mil pessoas morreram na guerra das drogas, cada vez mais violenta, marcada por massacres, degolas e assassinatos de jornalistas. Foi um dos temas centrais da campanha e prejudicou a candidata do PAN, a ex-ministra da Educação Josefina Vázquez Mota.

Por ser mulher, ela se apresentou na campanha como a grande novidade. Mas o desgaste do governo com a violência do tráfico e o renitente machismo latino-americano a derrotaram.

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