A Assembleia Nacional do Egito desafiou hoje sua dissolução pelo Supremo Tribunal de Justiça do país e se reuniu por convocação do presidente Mohamed Mursi, apesar da advertência do Conselho Supremo das Forças Armadas de que a Constituição atual deve ser respeitada.
Em uma sessão que durou apenas alguns minutos, os deputados aprovaram uma proposta do presidente do Parlamento, Saad al-Katatni, para recorrer a um tribunal de apelações contra a dissolução da assembleia, informa o jornal The New York Times. O Supremo já declarou que sua decisão é definitiva e irrevogável, não cabendo mais recursos.
É a primeira confrontação séria entre os partidos religiosos, que elegeram a maioria dos deputados e o presidente, e os militares que mandam no Egito desde que a Revolução dos Coronéis derrubou a monarquia, em 1952. Isso não impediu que Mursi, da Irmandade Muçulmana, e o comandante das Forças Armadas, marechal Mohamed Hussein Tantawi sentassem lado a lado ontem numa cerimônia de formatura da academia militar.
Pela primeira vez em mais de 6 mil anos de história, o Egito tem dois grupos lutando pelo poder em eleições competitivas. O problema é que islamitas e militares representam o passado. A classe média urbana mais liberal que saiu às ruas e derrubou o ditador Hosni Mubarak, em 11 de fevereiro de 2011, na Primavera Árabe, terá de lutar por seu lugar ao sol.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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