Ao contrário do que aconteceu na Tunísia e no Egito, os primeiros resultados das eleições parlamentares realizadas no sábado na Líbia dão vantagem aos liberais contra os partidos religiosos muçulmanos. O primeiro-ministro do governo provisório formado depois da queda do ditador Muamar Kadafi, Mahmoud Jibril, líder da Associação das Forças Nacionais, defendeu a formação de uma união nacional.
As primeiras eleições livres desde 1954 são o início de um processo de construção da democracia na Líbia, cujas instituições foram arrasadas por 42 anos de ditadura de Kadafi. Apesar de alguns atos de violência, os observadores internacionais consideraram as eleições limpas e livres.
"É notável que quase todos os líbios puderam votar sem medo e intimidação", declarou o chefe da missão da União Europeia, Alexander Graf Lambsdorff. Pelo menos duas pessoas foram mortas. Houve casos de roubo e incêndio de urnas, mas, na sua opinião, "não colocam em questão a integridade das eleições como um todo".
Quase 1,8 milhão dos 2,8 milhões de eleitores inscritos participaram, uma participação de cerca de 65%. Das 200 cadeiras da Assembleia Nacional, 80 serão ocupadas por deputados eleitos pelos partidos e as outras 120, por candidatos independentes.
O novo Parlamento deve eleger um primeiro-ministro, formar um governo, redigir uma nova Constituição e preparar eleições legislativas a serem realizadas sob o novo ordenamento jurídico, informa a agência de notícias Reuters.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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