sábado, 21 de julho de 2012

Matança esquenta debate sobre controle de armas

LONDRES - O ataque à pré-estréia do sinistro filme do Batman em Denver, no Colorado, recoloca o debate sobre o controle da venda de armas no centro dos debates para a eleição presidencial de 6 de novembro de 2012 nos Estados Unidos.

Doze pessoas morreram e 59 saíram feridas depois que um atirador invadiu uma saída de emergência à meia-noite de ontem, declarou: "Eu sou o coringa" - e saiu atirando para todos os lados.

O suspeito, James Holmes, de 24 anos, um doutorando de medicina considerado brilhante mas solitário, comprou armas de guerra e milhares de peças de munição em lojas e via Internet. A polícia do estado do Colorado ainda não conseguiu entrar na casa dele, cercada de armadilhas.

Sob o impacto da tragédia, o presidente Barack Obama e o republicano Mitt Romney, suspenderam ontem suas campanhas à Casa Branca, mas o tema será explorado com certeza num país onde uma emenda constitucional garante o direito de portar armas para sua própria defesa.

O prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, já cobrou do presidente uma posição sobre o controle da venda de armas. Mas os analistas observam que nenhum dos candidatos tem muito a ganhar com o debate.

Se der qualquer sinal a favor de maior controle, o Romney perde o apoio da Associação Nacional do Rifle, o grande lobby dos fabricantes de armas, poderoso dentro do Partido Republicano. Já Obama é o candidato natural de quem defende uma fiscalização mais rigorosa. Assumir claramente esta posição pode afastar eleitores independentes e de centro favoráveis ao porte de armas.

A questão é: o que é defesa própria? Ter um revólver pode significar pouco diante dos fuzis e submetralhadoras que os traficantes e do Rio de Janeiro e os franco-atiradores de escolas, shopping centers e agora cinemas dos EUA têm.

Dentro deste raciocínio, depois dos atentados de 11 de setembro de 2001, talvez até mísseis antiaéreos para abater aviões inimigos. Se a Força Aérea não chegou em tempo de defender o Pentágono, que chance tem o cidadão comum diante da rede terrorista Al Caeda.

Outro debate inevitável é sobre o impacto desses filmes de violência extrema e brutal do início ao fim sobre esses jovens que tentam repetir essas chacinas e tragédias na vida real.

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