O general Jorge Rafael Videla, primeiro presidente da Argentina depois do golpe militar de 1976, foi condenado hoje a 50 anos de prisão pelo sequestro de 35 bebês nascidos nos cárceres da ditadura e entregues a aliados do regime. No mesmo processo, o último ditador, general Reynaldo Bignone, pegou 15 anos de cadeia.
Foi o primeiro grande julgamento do desaparecimento de crianças e bebês durante a última ditadura militar argentina (1976-83), uma vitória das Avós da Praça de Maio.
Depois de 15 anos de investigação, o chefe de inteligência da sinistra Escola de Mecânica da Armada (Esma), o maior centro de detenção e tortura, Jorge Tigre Acosta, pegou 30 anos de cadeia; o almirante Oscar Antonio Vañek, 40 anos; o médico da Esma Jorge Magnacco, 15 anos; o capitão Víctor Gallo, 15 anos; e sua mulher, Suzana Colombo, 5 anos.
Impassível, Videla, que já cumpre duas penas de prisão perpétua por outros crimes do regime, negou que houvesse um plano sistemático de sequestro de crianças e insistiu que seus pais eram terroristas.
Dos 35 casos investigados neste processo - de um total estimado em 400 sequestros de crianças, com mais de 100 netos devolvidos -, 28 pessoas conseguiram recuperar sua identidade. Entre elas, estão os deputados Juan Cabandié e Victoria Donda, nascidos na Esma, informa o jornal argentino Clarín.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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