sexta-feira, 6 de julho de 2012

Jihadistas cometem crimes contra cultura no Máli

Em mais um crime contra o patrimônio cultural da humanidade, depois dos Budas de Damiã, no Afeganistão, agora os fundamentalistas muçulmanos destruíram sete dos 16 mausoléus sufistas da cidade histórica de Timbuktu, no Norte do Máli, dominado há meses por rebeldes tuaregues e jihadistas da linha ideológica da rede terrorista Al Caeda, informa o jornal francês Courrier International.

Os Budas de Damiã eram duas estátuas monumentais esculpidas na rocha no vale de Damiã, no centro do Afeganistão, no século 6 depois de Cristo. Ficavam à beira do Caminho da Seda, a principal rota do comércio internacional da época.

Por ordem do mulá Mohamed Omar, líder da milícia fundamentalista dos Talebã (Estudantes), que os declarou "ídolos", foram destruídos em março de 2001, meses antes da queda de seu regime de características medievais.

Timbuktu ficava na rota das caravanas que cruzavam o Deserto do Saara no movimentado comércio que havia entre o Oriente Médio e a região do Golfo da Guiné, no Oeste da África, durante a Idade Média, antes da chegada do colonialismo europeu à África.

Entre os séculos 13 e 16, Timbuktu floresceu com o comércio de ouro, sal, marfim e escravos. Daquela época, são os principais monumentos históricos da cidade, que incluem algumas das bibliotecas mais importantes do mundo na época, com mais de 700 mil manuscritos. Seus lugares sagrados foram importantes para o início da islamização da África. Além do estilo original, suas mesquitas e mausoléus usam técnicas de construção únicas e características de seu tempo.

Depois de um golpe militar na capital do Máli, Bamako, no Sudeste do país, em 1º de abril de 2012, os rebeldes tuaregues do Movimento Nacional de Libertação de Azawade, tomaram Timbuktu com o apoio dos islamitas.

Em 30 de junho de 2012, jihadistas do grupo armado Ansar Dine (Defensores da Religião) atacaram os mausoléus de Timbuktu, alegando que o sufismo, uma corrente do islamismo, é na verdade uma forma de paganismo por causa de suas danças e cânticos. Isso é proibido pelo salafismo, wahabismo e deobandismo, correntes integristas que surgiram em oposição ao sufismo.

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