LONDRES - A Venezuela passa a ser membro pleno do Mercosul nesta terça-feira graças a uma manobra das presidentes da Argentina, Cristina Kirchner, e do Brasil, Dilma Rousseff. Em uma jogada oportunista, os grandes sócios do bloco aproveitaram a suspensão temporária do Paraguai, punido pelo golpe parlamentar contra o presidente Fernando Lugo, para colocar a Venezuela pela porta dos fundos.
Por sua discordância com o modelo e os métodos de ação política do caudilho e presidente venezuelano Hugo Chávez, o Senado do Paraguai não aprovou a associação plena da Venezuela.
A entrada da Venezuela, rica em petróleo e gás, consolida o eixo central da América do Sul, mas seu ingresso não foi precedido por uma longa negociação em que o país tenha se comprometido a aceitar todas as normas do bloco. Com as políticas antiliberais e anticapitalistas de Chávez, será difícil firmar novos acordos de livre comércio.
O outro sócio menor, o Uruguai, protestou contra a manobra por entender que houve uma violação do princípio básico da integração regional de que todos os países e regras devem ser respeitadas. Se a posição do Paraguai foi atropelada hoje, que garantias tem o Uruguai?
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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