As forças de segurança rivais dos dois maiores partidos palestinos entraram em conflito na Faixa de Gaza neste domingo, matando sete pessoas e ferindo pelo menos outras 50. O pior choque em meses foi provocado pelos protestos dos funcionários públicos palestinos pelo atraso de meses no pagamento de salário e a falta de acordo entre o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) e Al Fatah (A Luta), principal partido da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), para formar um governo de união nacional e uma frente unida para negociar a paz com Israel.
Desde a vitória do Hamas nas eleições parlamentares palestinas de 25 de janeiro, os Estados Unidos e a União Européia suspenderam a ajuda econômica porque o movimento fundamentalista nega-se a abandonar a luta armada e a reconhecer Israel. Como Israel, pelo mesmo motivo, parou de transferir os impostos arrecadados nos territórios palestinos, a Autoridade Nacional Palestina não tem dinheiro para pagar o funcionalismo.
O primeiro-ministro Ismail Haniyeh, do Hamas, fez um apelo aos palestinos "para serem responsáveis e abandonar suas diferenças, especialmente em face da séria escalada das forças de ocupação". Haniyeh e o presidente palestino, Mahmoud Abbas, da Fatah, concordaram que "todos os partidos devem obedecer à lei" e "não devem se envolver em qualquer tipo de comportamento capaz de espalhar o caos", acrescentou o primeiro-ministro.
Haniyeh disse ainda que ele e Abbas falaram por telefone sobre a retomada das negociações para formar um governo de união nacional. Ao anunciar que o governo nascido das negociações retomaria as negociações com Israel, Abbas indicou que o Hamas estaria reconhecendo o direito de existência do Estado judaico. Isto gerou uma reação negativa dos radicais do Hamas, impedindo um acordo.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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