segunda-feira, 25 de dezembro de 2006

Etiópia declara guerra e bombardeia Somália

A Força Aérea da Etiópia atacou nesta segunda-feira, 25 de dezembro, dois aeroportos da Somália controlados pelo Conselho dos Tribunais Islâmicos, a milícia fundamentalista que tomou o poder na capital somaliana, Mogadíscio, em junho, e que ameaça o governo provisório criado por um acordo de paz. É um conflito capaz de provocar uma guerra religiosa na região conhecida como Chifre da África, no Nordeste do continente.

O bombardeio, acompanhado de uma ofensiva terrestre, começou horas depois de uma declaração formal de guerra do governo cristão da Etiópia, sob a alegação de estar protegendo sua soberania nacional contra um movimento islamita.

As Nações Unidas estimam que pelo menos 8 mil soldados etíopes invadiram a Somália. Já o governo provisório alega que 8 mil combatentes estrangeiros entraram o país para aderir ao movimento islamita que tenta reintegrar militarmente a Somália, que vive em estado de anarquia desde a queda do ditador Mohamed Siad Barre, em 1991.

Pelo sétimo dia seguido, houve violentos combates em Dainunai, perto de Baidoa, sede do governo provisório da Somália, apoiado pela Etiópia e pelo Ocidente. Testemunhas viram caminhões evacuando os soldados etíopes feridos e disseram que os guerrilheiros muçulmanos (mujahedins), os jihadistas, entram em combate recitando o Corão, livro sagrado do islamismo.

Logo após o amanhecer, um avião de caça MiG, atacou o aeroporto internacional de Mogadíscio com metralhadora, declarou o gerente do aeroporto, Abdirahim Adan.

Mais tarde, três jatos atacaram a base aérea de Baledogle, a 100 quilômetros a oeste de Mogadíscio.

Esta semana ininterrupta de combates transformou uma antiga hostilidade entre o governo etíope e a milícia fundamentalista somaliana em guerra aberto. Analistas acreditam que a Etiópia tenha contido o assalto islamita contra o governo provisório.

Os Estados Unidos e a Etiópia acusam os islamitas, que controlam a maior parte do Sul da Somália depois de tomarem a capital em junho, de terem o apoio d'al Caeda e da Eritréia, inimiga da Etiópia.

A Etiópia prometeu defender o governo privisório somaliana, que estava cercado pelos islamitas em Baidoa.

Os jihadistas acusam a Etiópia de atacar civis e ameaçam retaliar atacando Adis Abeba, a capital etíope.

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