Em uma grande operação em várias cidades, a polícia da Arábia Saudita prendeu 135 suspeitos de terrorismo, revelou hoje o Ministério do Interior, citado pela agência de notícias Associated Press (AP). Pelo menos 26 presos são estrangeiros, sendo 16 sírios.
Os detidos são acusados de contrabandear armas, financiar extremistas e planejar ataques contra o reino saudita.
A Arábia Saudita, grande aliada e provedora de petróleo para os Estados Unidos, é a origem ideológica do salafismo, filho do wahabismo, a corrente do islamismo adotada como religião oficial do país, que vê todas as outras como suspeitas e está na raiz do jihadismo, a "guerra santa" permanente contra os infiéis.
Com a riqueza do petróleo, a partir da crise de 1973, esta monarquia absolutista com 6 mil príncipes e escasso controle sobre seus gastos transformou-se na grande exportadora e financiadora do extremismo muçulmano sunita.
Desde a vitória da Revolução Islâmica no Irã, idealizada pelo salafista egípcio Said Kutub, mas posta em prática pelo aiatolá Ruhollah Khomeini, um xiita, a Arábia Saudita disputa com o Irã uma supremacia ideológica sobre o islamismo.
Nas ruas do Califado autoproclamado em junho de 2013 no Norte do Iraque e parte da Síria pelo Estado Islâmico, sua polícia age com a mesma determinação e o rigor do Ministério de Propagação da Virtude e Combate ao Vício, a polícia religiosa saudita.
É a legitimidade do regime saudita que está em jogo quando combate os extremistas. O país se considera porta-voz e controlador dos islamitas radicais. Estes, por sua vez, consideram a família real saudita o exemplo da traição por sua aliança histórica com os EUA.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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