Ao tomar posse hoje, o novo presidente da Ucrânia, Petro Porochenko, o rei do chocolate, pediu paz a reconciliação no país, onde separatistas russos tentam anexar regiões do Leste à Federação Russa, que tomou conta da região da Crimeia em 17 de março de 2014, depois de um referendo condenado internacionalmente.
O novo presidente rejeitou a anexação da Crimeia, dizendo que a península "é, sempre foi e sempre será território da Ucrânia", e declarou que a aproximação com a Europa é "irreversível", noticiou o jornal The Washington Post.
Primeiro, Porochenko pediu um minuto de silêncio em homenagem aos cem mortos na revolução de fevereiro. Em seguida, propôs negociações de paz aos separatistas do Leste da Ucrânia.
"Não quero guerra. Não quero vingança", afirmou o bilionário conhecido como rei do chocolate. Ele ofereceu anistia para "quem não tiver as mãos sujas de sangue" e salvo-conduto para os russos que entraram na Ucrânia para apoiar os separatistas, mas disse que não vai negociar com "pistoleiros".
Porochenko chega ao poder num momento crítico para a independência da ex-república soviética da Ucrânia, um país de 45 milhões de habitantes pressionado pela vizinha Rússia com suas ambições imperialistas. A queda do presidente Viktor Yanukovich em meio a uma revolta popular, em fevereiro de 2014, provocou a maior crise entre a Rússia e o Ocidente depois da Guerra Fria.
A Rússia negou legitimidade ao governo provisório surgido da revolução ucraniana, repudiando até mesmo o Memorando de Budapeste, de 1994, pelo qual a Ucrânia entregou a Moscou as armas nucleares herdadas. Fez uma intervenção militar velada, com soldados sem insígnia usando armamento russo.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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