Um atentado em Sarajevo, em 28 de junho de 1914, deflagrou o conflito que moldou a história do século 20.
No Tratado de Berlim, de 1878, que acabou com a Guerra Russo-Turca de 1877-78, a Bulgária, Montenegro, a Romênia e a Sérvia se tornaram países independentes. A Bósnia-Herzegóvina ficou sob o controle do Império Austro-Húngaro.
No Tratado de Berlim, de 1878, que acabou com a Guerra Russo-Turca de 1877-78, a Bulgária, Montenegro, a Romênia e a Sérvia se tornaram países independentes. A Bósnia-Herzegóvina ficou sob o controle do Império Austro-Húngaro.
Em 1881, a Alemanha e a Rússia aceitaram a dominação
austríaca sobre o Bósnia. Mas a ascensão ao trono de um novo czar Nicolau II, em
1894, levou a Rússia, aliada da Sérvia, a questionar três anos depois a anexação
da Bósnia-Herzegóvina ao Império Austro-Húngaro.
ANEXAÇÃO
Um golpe de Estado em 10 de junho de 1903 levou ao poder na
Sérvia um grupo radical antiaustríaco em Belgrado. A anexação oficial da
Bósnia-Herzegóvina ao Império Austro-Húngaro, em 6 de outubro de 1908, causou
protestos.
Sem o apoio da França e do Reino Unido, a Rússia e a Sérvia
tiveram de aceitar a realidade.
GUERRAS BALCÂNICAS
A tensão aumentou com a Primeira Guerra dos Bálcãs (1912-13),
em que a Liga Balcânica (Bulgária, Grécia, Montenegro e Sérvia) expulsou as
forças turcas do Kossovo, Novi Pazar e da Macedônia.
A insatisfação da Bulgária com o tratado de paz levou à
Segunda Guerra dos Bálcãs, travada contra suas ex-aliadas na Liga Balcânica de
29 de junho a 10 de agosto de 1913.
Diante da agitação nacionalista sérvia, em maio de 1913, o
governador militar da Bósnia-Herzegóvina declarou estado de emergência,
dissolveu o Parlamento, fechou as associações culturais sérvias e os tribunais
civis.
ASSASSINATO EM SARAJEVO
A tensão entre a Tríplice Aliança (Alemanha, Áustria-Hungria
e Itália) e a Tríplice Entente (França, Gra-Bretanha e Rússia) explodiu em
Sarajevo, em 28 de junho de 1914. O estudante nacionalista radical sérvio-bósnio Gavrilo Princip, do grupo extremista Mão Negra, matou a tiros o príncipe Francisco Ferdinando, herdeiro do
trono austríaco.
Com o apoio da Alemanha, a Áustria-Hungria deu em 23 de
julho um ultimato de 48 horas à Sérvia, que reivindicava soberania sobre a
Bósnia-Herzegóvina, acusando-a pela conspiração que matara o herdeiro do trono.
ULTIMATO INACEITÁVEL
Os termos do ultimato eram inaceitáveis. Para o Primeiro
Lorde do Almirantado do Império Britânico, Winston Churchill, foi “o documento
deste tipo mais insolente já visto”.
A Sérvia deveria censurar toda publicação crítica ao Império
Austro-Húngaro, banir associações nacionalistas sérvias e permitir a presença
no país de autoridades austro-húngaras para “suprimir movimentos subversivos”.
PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL
Em 28 de julho de 1914, a Áustria-Hungria iniciou as
hostilidades contra a Sérvia. A Alemanha invadiu a Bélgica e Luxemburgo,
preparando um ataque à França. Isso levou o Reino Unido e a França a entrarem em
guerra com a Alemanha, enquanto a Rússia enfrentava a Áustria-Hungria na frente
oriental, em defesa da Sérvia.
A guerra que deveria acabar em meses durou mais de quatro anos, até 11 de novembro de 1918, e redesenhou o mapa geopolítico. Os impérios austro-húngaro, alemão, russo e otomano desapareceram. Em 1917, a Revolução Russa levou o Partido Comunista ao poder.
No mesmo ano, para os Estados Unidos entrarem no conflito, o presidente Woodrow Wilson vendeu ao povo americano a ideia de que era a "guerra para acabar com todas as guerras". Era o início da ascensão das duas superpotências que dominariam o mundo na segunda metade do século 20.
Nenhum comentário:
Postar um comentário