terça-feira, 24 de junho de 2014

Egito condena três jornalistas a anos de prisão

A ditadura militar do Egito condenou ontem três jornalistas do serviço em inglês da televisão árabe Al Jazira, especializada em notícias, sob a acusação de conspirar com terroristas para divulgar notícias falsas numa suposta conspiração para derrubar o governo, noticia o jornal The New York Times.

O australiano Peter Greste e o egípcio-canadense Mohamed Fahmy pegaram sete anos, e o egípcio Baher Mohamed, dez anos de prisão. Eles estão detidos desde dezembro de 2013, quando foram presos durante um protesto da Irmandade Muçulmana contra o golpe militar de 3 de julho daquele ano.

O processo provocou uma reação internacional negativa. É um ataque à liberdade de imprensa e ao direito de fazer oposição, 24 horas depois de uma visita do secretário de Estado americano, John Kerry, ao Cairo no último fim de semana para restaurar a "importante parceria" entre Estados Unidos e Egito.

Kerry ligou para o ministro do Exterior egípcio para manifestar "nosso descontentamento": "Injustiças como estas não podem ser aceitas", alertou o chefe da diplomacia dos EUA, se o novo presidente, marechal Abdel Fattah al-Sissi, e seus assessores "quiserem levar o país adiante, como me disseram ontem".

Em nota, a Casa Branca declarou que o caso "viola os princípios mais básicos da liberdade de informação e representa um golpe no processo democrático no Egito", exigindo a anulação das sentenças e a libertação imediata dos condenados.

O governo egípcio endossou o veredito e destacou sua "completa rejeição a qualquer interferência estrangeira nos assuntos internos do país."

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