Ao reagir à derrota na indicação do ex-primeiro-ministro luxemburguês Jean-Claude Juncker para futuro presidente da Comissão Europeia, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, advertiu hoje que "a Grã-Bretanha está mais perto de sair da União Europeia".
Sob pressão dos eurocéticos de seu próprio Partido Conservador e do Partido da Independência do Reino Unido, Cameron descreveu a reunião de cúpula como "um mau dia para a Europa" e a indicação de Juncker, que descreveu como símbolo da burocracia de Bruxelas, como um "acordo no quarto dos fundos" que "atropela as objeções fundamentais de dois países-membros". O outro é a Hungria.
Antes mesmo da vitória do Partido da Independência nas eleições para o Parlamento Europeu no Reino Unido, Cameron prometeu convocar um referendo sobre a associação do país à UE até 2017, se o Partido Conservador vencer as próximas eleições, em 2015, e a UE não repatriar até lá algumas competência para o Parlamento Britânico em áreas como inimigração e seguridade social.
Para os eurocéticos britânicos, Juncker é um federalista que vai levar o bloco europeu a uma união ainda maior. Assim, os conservadores querem renegociar a adesão à UE nos seus próprios termos. Isso é inaceitável para os outros grandes países europeus, especialmente a Alemanha e a França, que rejeitam a ideia de uma "Europa à la carte", onde cada país poderia escolher os aspectos da união que lhe interessam e não aderir aos outros.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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