A milícia fundamentalista sunita Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL), uma dissidência da rede terrorista Al Caeda, declarou ter matado 1,7 mil soldados iraquianos na cidade de Tikrit, terra natal do ditador Saddam Hussein, deposto e morto por uma invasão americana.
É uma situação tão grave que os Estados Unidos estão apoiando a intervenção militar de uma tropa de elite da Guarda Revolucionária do Irã para defender Bagdá e evitar o colapso do governo do primeiro-ministro xiita Nuri al-Maliki. Os drones, aviões não tripulados das Forças Armadas dos EUA podem ser usados para bombardear posições dos jihadistas.
Hoje o secretário de Estado americano, John Kerry, admitiu a possibilidade de cooperar com o Irã, mas disse que não haverá coordenação entre as ações militares dos dois país, com os EUA atuando como força aérea da Guarda Revolucionária Iraniana.
A tropa de elite do Irã já atua na guerra civil da Síria, ao lado do ditador Bachar Assad, a quem Washington se opõe. O EIIL luta contra Assad na Síria e contra o governo xiita iraquiano.
O governo americano está retirando os funcionários não essenciais da embaixada em Bagdá, mas a segurança será reforçada por mais 275 soldados e agentes especiais.
Na frente Norte, perto de Mossul, a segunda maior cidade iraquiana, os rebeldes fundamentalistas tomaram outra cidade importante, Tal Afar, de 200 mil habitantes, derrotando um dos principais generais iraquianos. Foi mais uma demonstração de fraqueza do Exército do Iraque, desmobilizando há 11 anos, depois da queda de Saddam Hussein, e recriado com treinamento dos EUA, sem sucesso.
Agora há pouco, um alto funcionário da Casa Branca admitiu enviar forças de operações especiais dos EUA para assessorar as forças de segurança do Iraque.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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