A República da Croácia, que enfrenta o Brasil na abertura da
Copa do Mundo, é uma nação forjada em mais de mil anos de guerras e invasões, e
ao mesmo tempo um jovem país nascido das guerras que destruíram a antiga
Iugoslávia, criada pelo marechal croata Josip broz Tito, líder comunista e da
resistência antinazista na Segunda Guerra Mundial.
Com 4,47 milhões de habitantes e produto interno bruto de US$
58 bilhões, a Croácia é um dos países mais novos do mundo. Se foi campo de
batalha para invasores por estar numa fronteira de continentes, culturas e
religiões, sua cultura está firmemente ancorada na civilização ocidental, no
direito romano, no alfabeto latino e na religião católica, dominante, embora
não seja oficial.
Sua independência foi conquistada a ferro e fogo, em 1991. Na
época, quando o presidente Franjo Tudjman declarou que era “um sonho de mil
anos”, o país estava sob ataque do Exército Federal da Iugoslávia, de um exército
de sérvios da Croácia e de vários grupos paramilitares sérvios.
A paz só veio quando os Estados Unidos armaram e treinaram o
Exército da Croácia para uma contraofensiva em agosto de 1995 e depois
intermediaram os Acordos da Dayton entre Bósnia-Herzogovina, Croácia e Sérvia.
Por isso, o terceiro lugar na Copa de 1998 foi tão festejado.
Era uma afirmação da nacionalidade. Mas o nacionalismo croata chegou a ter um
caráter fascistoide por causa da guerra e da rivalidade histórica com a Sérvia.
A Croácia entrou para a Organização do Tratado do Atlântico
Norte (OTAN) em 2009 e para a União Europeia em 2013.
GEOGRAFIA
O atual território da Croacia tem 56,594 quilômetros
quadrados. Fica no Noroeste da península dos Bálcãs. Tem a forma de um arco,
boomerangue ou lua crescente que circunda o Oeste e o Norte da
Bósnia-Herzegovina. Faz fronteira com a Bósnia, a Hungria, a Sérvia, Montenegro
e a Eslovênia. Em nenhum ponto, tem mais do que centenas de quilômetros de
largura.
A Croácia é formada pela região da Eslavônia, o braço norte
que entra pela continente, pela península da Ístria, no norte da costa do mar
Adriático e pela Dalmácia, que ocupa o resto da parte costeira do país.
Com um litoral no mar Adriático recortado por 1,2 mil ilhas,
baías e penínsulas, o turismo atrai milhões de turistas e se transformou numa
importante fonte de renda na era pós-comunismo.
CLIMA
A Croácia tem duas zonas climáticas:
• uma continental com verões quentes, quando a temperatura
pode chegar a 40ºC, e inverno frios, com médias perto de zero em janeiro;
• e outra mediterrânea, na costa da Dalmácia, na península da
Ístria e nas ilhas, onde os verões são ensolarados, quentes e secos, e os
invernos, chuvosos.
POPULAÇÃO
Cerca de 90,4% dos 4,47 milhões habitantes são croatas,
seguidos dos sérvios (4,4%). Há ainda bósnios, húngaros, eslovenos, tchecos e
ciganos. Em 2010, 58% viviam em cidades; 0,4% deixam o campo anualmente.
A expectativa para 2014 é que a população da Croácia seja
reduzida em 0,12%. Sua taxa de fertilidade é baixíssima, a 201ª do mundo. O
desemprego jovem chega a 43,1%.
SAÚDE
A Croácia gastou em 2010 7,8% do PIB com a saúde. Tinha 2,72
médicos e 6 leitos hospitalares para cada mil pessoas. A expectativa de vida é
de 76,41 anos.
Quase toda a população (98,5%) têm acesso a água tratada e
suas casas estão ligadas à rede de esgotos (98,2%). A obesidade atinge 24,2%
dos croatas. A incidência do HIV é de 0,1%.
EDUCAÇÃO
A Croácia gastou 4,3% do PIB em educação em 2010. Os croatas
ficam em média 15 anos na escola. O índice de alfabetização é de 98,9%.
RELIGIÃO
86,3% dos croatas são católicos, 4,4% cristãos ortodoxos,
1,5% muçulmanos e 3,8% ateus.
POLÍTICA
A Croácia é uma república democrática e parlamentarista. O
presidente é eleito diretamente pelo voto popular para um mandato de cinco
anos. O atual presidente é Zoran Milanovic. A próxima eleição presidencial será
em dezembro de 2014.
O parlamento é unicameral, a Assembleia Nacional, de 151
deputados eleitos por voto em listas partidárias para mandatos de quatro anos.
ORIGEM
Há duas hipóteses sobre a origem dos croatas. Alguns
historiadores citam relatos gregos sobre Horvatos ou Horoatos, uma comunidade
iraniana que vivia na foz do rio Don por volta de 200 antes de Cristo.
Outros acreditam que o povo croata nasceu da miscigenação dos
eslavos com os ostrogodos, uma das tribos bárbaras que destruíram o Império
Romano do Ocidente, em 476.
Os croatas não tiveram contato direto com o Império Romano. A
região onde viviam, chamada de Croácia Branca, ficava onde hoje estão a
Ucrânia, a Bielorrúsia e a Polônia, a centenas de quilômetros ao norte da
província romana da Dácia.
IMPÉRIO ROMANO
Quando o imperador Teodósio dividiu o Império Romano em
Império Romano do Ocidente, com capital em Roma, e Império Romano do Oriente,
com capital em Constantinopla, em 395, a Dalmácia ficou no Ocidente. Na época,
ia da costa do Adriático até os rios Sava e Drina.
Com a queda de Roma, a Dalmácia passou a fazer parte do
Império Bizantino, que pouco fez para proteger a província dos invasores avaros
e eslavos, inclusive croatas.
MIGRAÇÃO
Os croatas migraram para uma terra arrasada. As cidades
romanas tinham sido destruídas pelos bárbaros. A principal era Salona, sede de
uma diocese católica desde o século 4, elevada a arquidiocese em 527.
No ano 600, o papa Gregócio escreveu uma carta a Máximo,
arcebispo de Solana, lamentando a impotência para defender as cidades romanas. Seus
habitantes fugiram para as ilhas do Adriático. Na volta, os refugiados de
Salona construíram uma nova cidade nas ruínas do grande palácio do imperador
romano Diocleciano, em Spalato, hoje Split.
No séculos 7 e 8, entre 614 e 795, as tribos croatas atravessaram
as montanhas dos Cárpatos e cruzaram o rio Danúbio. Numa migração de quase 2
mil quilômetros, se estabeleceram na península dos Bálcãs junto ao mar
Adriático, na antiga província romana da Ilíria, dividida nas províncias da
Dalmácia e da Panônia.
Depois de extensa pesquisa arqueológica, Huw Evans concluiu no
livro Arqueologia Medieval na Croácia:
600-900 (Oxford, 1989) que a migração ou invasão esvala foi “um avanço
lento, firme e desordenado, um movimento sem um objetivo específico, mas que
seguia em frente continuamente”.
No fim do período migratório dos croatas, os francos estavam
em guerra na região com os ávaros, um povo nômade da Eurásia que migrara para a
Europa Central no século 6.
DUCADOS
No século 8, formaram-se dois ducados, um sob o domínio dos
francos e o outro do Império Bizantino. Em 800, o rei franco Carlos Magno anexa
a Dalmácia ao Sacro Império Romano Germânico, o que o Império Bizantino
reconheceu no Tratado de Aächen, em 812.
O batismo do rei Vicheslav, por volta do ano 800, é o marco
inicial da história da Croácia, já que os croatas mais antigos não sabiam
escrever. A unificação dos dois ducados da Dalmácia e da Panônia criou o
primeiro reino croata independente.
Sob o rei Tomislav (910-929), a antiga Croácia atingiu o
auge. Tomislav uniu a Dalmácia e a Panônia e obteve a permissão do papa para
elevar o status de seus domínios de ducado para reino.
Como um país que fica na fronteira entre a Europa e a Ásia, o
catolicismo, o cristianismo ortodoxo e o islamismo, a Croácia passou a maior
parte de sua história em guerra.
PRAGA REAL
Nos séculos 10 e 11, eram os venezianos que cruzavam o
Adriático para saquear a incendiar cidades da costa da Dalmácia, que chegou a pertencer à República Sereníssima de Veneza. O grande herói
nacional desse período de independência da Croácia foi Demétrio Zvonimir, rei
da Croácia e da Dalmácia de 1075 até sua morte em 1089.
Várias lendas cercam sua morte. A maioria dos historiadores
acreditam que ele morreu de causas naturais. Outros dizem que foi morto por
seus próprios soldados ou morrer em combate. Antes de morrer, reza a lenda,
sentindo-se abandonado por seu próprio povo, rogou a Praga do Rei Zvonimir:
durante mil anos os croatas não seriam governados por um croata.
INVASÕES
Depois de uma invasão magiar, a Croácia se une à Hungria em
1102. Essa união não foi suficiente para evitar as invasões dos mongóis, no
século 13; do Império Otomano, que aniquilou a nobreza em 1493 e conquistou a
Croácia e a Hungria em 1526, quando o papa pediu aos croatas que resistissem
como “baluartes da Cristandade”.
A Hungria dominou a Croácia por oito séculos a partir de 1102.
O Império Otomano (turco) conquistou a Croácia e a Hungria em 1526. A ocupação
otomana foi até 1699, quando as duas nações passaram a fazer parte do Império
dos Habsburgo, o antigo Sacro Império Romano-Germânico de Carlos Magno, que a
partir de 1868 se chamaria Império Austro-Húngaro.
IUGOSLÁVIA
A Croácia fez parte do Império Austro-Húngaro até o fim da
Primeira Guerra Mundial, quando ele foi extinto, permitindo o renascimento de
vários países na Europa Central, como Hungria, Polônia e Tcheco-Eslováquia. Em
1918, croatas, sérvios e eslovenos formaram um reino que passou a se chamar
Iugoslávia em 1929.
Com sua ação centralizadora, o rei sérvio Alexandre I acabou
fomentando o nacionalismo croata, divido entre os ustaches fascistas e o
Partido dos Camponeses, de esquerda.
FASCISMO
Quando a Alemanha e a Itália invadiram a Iugoslávia, em 1941,
na Segunda Guerra Mundial, o líder ustache Ante Pavelic proclamou a independência
de um Estado croata e criou um governo-fantoche das potências do Eixo que
exterminou 700 mil sérvios, além de ciganos, judeus e esquerdistas.
COMUNISMO
Depois da ocupação pela Alemanha na Segunda Guerra Mundial,
em 1945, a Iugoslávia tornou-se uma república federativa comunista sob a
liderança do marechal croata Josip Broz Tito, que liderara a resistência contra
o nazismo e seus aliados croatas.
Tito, um croata, conseguiu criar uma federação de seus
repúblicas (Sérvia, Croácia, Bósnia-Herzegovina, Eslovênia, Montenegro e
Macedônia) reprimindo os nacionalismos em nome do internacionalismo socialista.
Desde sua morte, em 1980, esperava-se a desintegração da Iugoslávia.
NACIONALISMO
Ela viria com o colapso do comunismo, que abriu caminho para o ressurgimento do nacionalismo nos Bálcãs com a mesma virulência que deflagara a Primeira Guerra Mundial. O principal responsável foi o ditador sérvio Slobodan Milosevic, que assumiu o controle do Partido Comunista da Iugoslávia em 1986.
Com o declínio da ideologia comunista, já em 1987 Milosevic começou a fomentar o nacionalismo sérvio como forma de consolidar seu poder. Num famoso discurso na província sérvia do Kossovo, de maioria albanesa, ele afirmou que “os sérvios não mais se curvariam”.
Foi o sinal para desatar os nacionalismos longamente reprimidos. A Sérvia, a mais forte das repúblicas iugoslavas, começava a mostrar suas garras. Ivan Stambolic, o líder comunista que Milosevic derrubara, diz que naquele dia a Iugoslávia acabou.
Milosevic presidiu a Sérvia de 1989 a 1997 e o que restou da Iugoslávia de 1997 a 5 de outubro de 2000, quando foi derrubado por uma revolução. Neste período, foi o anti-Tito, presidindo à dissolução sangrenta da Iugoslávia.
Ela viria com o colapso do comunismo, que abriu caminho para o ressurgimento do nacionalismo nos Bálcãs com a mesma virulência que deflagara a Primeira Guerra Mundial. O principal responsável foi o ditador sérvio Slobodan Milosevic, que assumiu o controle do Partido Comunista da Iugoslávia em 1986.
Com o declínio da ideologia comunista, já em 1987 Milosevic começou a fomentar o nacionalismo sérvio como forma de consolidar seu poder. Num famoso discurso na província sérvia do Kossovo, de maioria albanesa, ele afirmou que “os sérvios não mais se curvariam”.
Foi o sinal para desatar os nacionalismos longamente reprimidos. A Sérvia, a mais forte das repúblicas iugoslavas, começava a mostrar suas garras. Ivan Stambolic, o líder comunista que Milosevic derrubara, diz que naquele dia a Iugoslávia acabou.
Milosevic presidiu a Sérvia de 1989 a 1997 e o que restou da Iugoslávia de 1997 a 5 de outubro de 2000, quando foi derrubado por uma revolução. Neste período, foi o anti-Tito, presidindo à dissolução sangrenta da Iugoslávia.
GUERRA
Em março de 1991, quando a população sérvia saiu às ruas para protestar contra a falta de democracia e de liberdade de expressão, Milosevic fomentou uma revolta da maioria sérvia na província croata da Krajina. Lá começaram as guerras que destruíram a Iugoslávia e terminou a luta pela independência da Croácia.
Os sérvios eram maioria na Krajina, onde se refugiaram depois de sua histórica derrota para o Império Otomano na Batalha do Kossovo, em 28 de junho de 1389, que eles comemoram até hoje, como um marco da nacionalidade e um símbolo da vitimização histórica.
Nesta mesma data, em 1914, um estudante radical sérvio, Gavrilo Princip, matou o arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono do Império Austro-Húngaro, nas ruas de Sarajevo, deflagrando a Primeira Guerra Mundial.
Em março de 1991, quando a população sérvia saiu às ruas para protestar contra a falta de democracia e de liberdade de expressão, Milosevic fomentou uma revolta da maioria sérvia na província croata da Krajina. Lá começaram as guerras que destruíram a Iugoslávia e terminou a luta pela independência da Croácia.
Os sérvios eram maioria na Krajina, onde se refugiaram depois de sua histórica derrota para o Império Otomano na Batalha do Kossovo, em 28 de junho de 1389, que eles comemoram até hoje, como um marco da nacionalidade e um símbolo da vitimização histórica.
Nesta mesma data, em 1914, um estudante radical sérvio, Gavrilo Princip, matou o arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono do Império Austro-Húngaro, nas ruas de Sarajevo, deflagrando a Primeira Guerra Mundial.
INDEPENDÊNCIA
A Croácia e a Eslovênia foram as duas primeiras repúblicas iugoslavas a proclamar sua independência, em 25 de junho de 1991, com base na Constituição da Iugoslávia de 1974, que lhes garantia este direito. Se o Exército Federal da Iugoslávia reagiu primeiro na Eslovênia, a guerra foi rápida porque não havia uma população sérvia significativa.
Na Croácia, além da maioria sérvia na Krajina, havia uma presença sérvia na Eslavônia Oriental, junto à fronteira Leste, com a Sérvia. A guerra foi particularmente brutal na cidade de Vukovar, com atuação de esquadrões da morte sérvios e do notório terrorista Zeljko Raznatovic, conhecido como Arkan.
Em dezembro de 1991, depois da reunião de cúpula que criou a União Européia em Maastricht, na Holanda, a Alemanha, tradicional aliada da Croácia, rompeu com a recém-criada política externa comum européia. Decidiu reconhecer as independências da Croácia e da Eslovênia. Isto transformaria a guerra na Croácia numa questão internacional e não numa guerra civil, permitindo a intervenção de organizações internacionais.
A Croácia e a Eslovênia foram as duas primeiras repúblicas iugoslavas a proclamar sua independência, em 25 de junho de 1991, com base na Constituição da Iugoslávia de 1974, que lhes garantia este direito. Se o Exército Federal da Iugoslávia reagiu primeiro na Eslovênia, a guerra foi rápida porque não havia uma população sérvia significativa.
Na Croácia, além da maioria sérvia na Krajina, havia uma presença sérvia na Eslavônia Oriental, junto à fronteira Leste, com a Sérvia. A guerra foi particularmente brutal na cidade de Vukovar, com atuação de esquadrões da morte sérvios e do notório terrorista Zeljko Raznatovic, conhecido como Arkan.
Em dezembro de 1991, depois da reunião de cúpula que criou a União Européia em Maastricht, na Holanda, a Alemanha, tradicional aliada da Croácia, rompeu com a recém-criada política externa comum européia. Decidiu reconhecer as independências da Croácia e da Eslovênia. Isto transformaria a guerra na Croácia numa questão internacional e não numa guerra civil, permitindo a intervenção de organizações internacionais.
GUERRA
DA BÓSNIA-HERZEGOVINA
Ao mesmo tempo, provocou a realização de um plebiscito na vizinha Bósnia-Herzegovina, a mais multiétnica das repúblicas iugoslavas, com 44% de muçulmanos, 31% de sérvios e 25% de croatas. A guerra da Bósnia foi a mais sangrenta na Europa desde 1945. O conflito começou logo depois da independência, aprovada em 1º de março de 1992.
Com a superioridade militar sérvia, Sarajevo foi sitiada e bombardeada durante anos. A política externa européia mostrou-se impotente e o presidente dos Estados Unidos, George Bush, pai, não queria se envolver em guerras na Europa no ano em que disputava a reeleição. Na geopolítica pós-Guerra Fria, a solução de conflitos na Europa cabia à UE.
Mas a UE se mostrou impotente e o presidente Bill Clinton percebeu que só os EUA poderiam acabar com o conflito. Os EUA armaram e treinaram o Exército da Croácia, violando o embargo das Nações Unidas que proibia a venda de armas para as ex-repúblicas iugoslavas, o que na verdade cristalizava a supremacia sérvia.
Ao mesmo tempo, provocou a realização de um plebiscito na vizinha Bósnia-Herzegovina, a mais multiétnica das repúblicas iugoslavas, com 44% de muçulmanos, 31% de sérvios e 25% de croatas. A guerra da Bósnia foi a mais sangrenta na Europa desde 1945. O conflito começou logo depois da independência, aprovada em 1º de março de 1992.
Com a superioridade militar sérvia, Sarajevo foi sitiada e bombardeada durante anos. A política externa européia mostrou-se impotente e o presidente dos Estados Unidos, George Bush, pai, não queria se envolver em guerras na Europa no ano em que disputava a reeleição. Na geopolítica pós-Guerra Fria, a solução de conflitos na Europa cabia à UE.
Mas a UE se mostrou impotente e o presidente Bill Clinton percebeu que só os EUA poderiam acabar com o conflito. Os EUA armaram e treinaram o Exército da Croácia, violando o embargo das Nações Unidas que proibia a venda de armas para as ex-repúblicas iugoslavas, o que na verdade cristalizava a supremacia sérvia.
RECONQUISTA
Foi uma ofensiva croata para retomar a Krajina, em agosto de 1995, que quebrou o mito da invencibilidade sérvia e criou um equilíbrio de forças no campo de batalha que levou os presidentes da Sérvia, Milosevic; da Croácia, Franjo Tudjman; e da Bósnia-Herzegovina, Alija Izetbegovic, a negociar o acordo de paz de Dayton, Ohio, em novembro de 1995, sob pressão dos EUA, da UE e da Rússia.
Uma nova guerra se iniciaria com o surgimento, em junho de 1996, do Exército de Libertação do Kossovo para lutar contra a dominação sérvia sobre a maioria albanesa. A violenta repressão ordenada por Milosevic levou à Guerra do Kossovo.
Foi uma ofensiva croata para retomar a Krajina, em agosto de 1995, que quebrou o mito da invencibilidade sérvia e criou um equilíbrio de forças no campo de batalha que levou os presidentes da Sérvia, Milosevic; da Croácia, Franjo Tudjman; e da Bósnia-Herzegovina, Alija Izetbegovic, a negociar o acordo de paz de Dayton, Ohio, em novembro de 1995, sob pressão dos EUA, da UE e da Rússia.
Uma nova guerra se iniciaria com o surgimento, em junho de 1996, do Exército de Libertação do Kossovo para lutar contra a dominação sérvia sobre a maioria albanesa. A violenta repressão ordenada por Milosevic levou à Guerra do Kossovo.
GUERRA
DO KOSSOVO
Por 78 dias, a partir de 24 de março de 1999, a Organização do Tratado do Atlântico Norte, que interviera na Guerra da Bósnia, bombardeou a Iugoslávia (agora formada apenas pela Sérvia e Montenegro), até a rendição de Milosevic, que seria deposto no ano seguinte e entregue ao Tribunal de Crimes de Guerra para a Iugoslávia, em Haia, na Holanda, onde morreu em 11 de março de 2006.
Por 78 dias, a partir de 24 de março de 1999, a Organização do Tratado do Atlântico Norte, que interviera na Guerra da Bósnia, bombardeou a Iugoslávia (agora formada apenas pela Sérvia e Montenegro), até a rendição de Milosevic, que seria deposto no ano seguinte e entregue ao Tribunal de Crimes de Guerra para a Iugoslávia, em Haia, na Holanda, onde morreu em 11 de março de 2006.
TRIBUNAL DE HAIA
Dos 161 réus processados pelo tribunal, a grande maioria é sérvia. Mas há também diversos croatas. A Sérvia reclama que a retomada da Krajina, onde viviam cerca de 200 mil sérvios, foi a maior operação de “limpeza” étnica das guerras que destruíram a Iugoslávia. Em quatro dias, atesta o tribunal de Haia, 150 a 200 mil sérvios fugiram da Croácia.
ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS
Em 2000, a vitória do Partido Social-Democrata nas eleições
parlamentares e do moderado Stjepan Mesic para presidente, a Croácia entrou
para a Organização Mundial do Comércio.
As negociações para entrar na União Europeia começaram em
2003. O país aderiu ao bloco em 1º de janeiro de 2013.
ECONOMIA
Embora fosse a mais rica república da antiga Iugoslávia, a
economia da Croácia sofreu duramente com a guerra da independência (1991-95).
De 1989 a 1993, o produto interno bruto caiu 40,5%. A situação melhorou entre
2000 e 2007, quando cresceu de 4% a 6%, com aumento do turismo e do consumo
interno.
A Croácia foi duramente atingida pela crise mundial de 2008 e
ainda não se recuperou. A economia encolheu 0,2% em 2011, 1,9% em 2012 e 1% em
2013. O desemprego chegou a 21,6% em 2013.
RENDA MÉDIA
Com PIB nominal de US$ 58 bilhões em 2013 pelos cálculos do
Fundo Monetário Internacional (FMI) e renda média por habitante de US$ 12.975, a
Croácia é uma economia de mercado e um país de renda média, com 21,1% de pobres
em 2011.
SETORES
Em 2013, os serviços respondiam por 69,2% do PIB, a indústria
por 25,8% e a agricultura por 5%. Graças às praias da costa da Dalmácia, o
turismo é um dos setores mais importantes, responsável por 20% da economia do
país. O consumo doméstico corresponde a 60% da economia croata.
A taxa de poupança estava em 19,9% do PIB em 2013. A carga
fiscal em 2013 foi de 36,9% do PIB. A dívida pública equivalia no ano passado a
66,2%. A inflação ficou em 2,2% e a taxa básica de juros em 7% ao ano.
COMÉRCIO EXTERIOR
As exportações somaram US$ 12,36 bilhões em 2013, com
destaque para equipamentos de transportes, máquinas, têxteis, químicos,
alimentos e combustíveis. Os maiores compradores de produtos croatas são Itália
(14,1%), Bósnia-Herzegovina (13,1%), Alemanha (11,1%), Eslovênia (10,1%) e
Áustria (6,3%).
As importações totalizaram US$ 21,74 bilhões em 2013, com
destaque para máquinas, equipamentos elétricos e de transportes, produtos
químicos, combustíveis, lubrificantes e alimentos. Os maiores fornecedores da
Croácia são Alemanha (13,7%), Itália (12,5%), Eslovênia (11,5%), Áustria
(9,1%), Hungria (6,2%) e Rússia (5,4%).
ENERGIA
Quase 46% da energia elétrica é gerada por combustíveis
fósseis e 44,7% por hidrelétricas.
TELECOMUNICAÇÕES
Em 2013, havia 1,64 milhão de linhas de telefone fixo
instaladas e 4,97 milhões de celulares ativos, mais de um por habitante.
Em 2009, 2,234 milhões de croatas estavam ligados à Internet.
TRANSPORTES
A Croácia tem 69 aeroportos, sendo 24 com pistas de pouso
pavimentadas. Em 2011, havia 2.722 km de estradas de ferro e as rodovias se
estendiam por 29.410 km.
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