Durante anos, a CIA (Agência Central de Inteligência) enganou o governo e a opinião pública dos Estados Unidos para esconder seus métodos de interrogatório que configuravam tortura, aumentando a importância de conspirações e indivíduos, e atribuindo o sucesso de operações a informações obtidas mediante tortura. As conclusões de uma investigação da Comissão de Inteligência do Senado foram reveladas pelo jornal The Washington Post.
De 2001 a 2008, a partir dos atentados de 11 de setembro de 2001 a ao longo de quase todo o governo George W. Bush e sua Guerra contra o Terror, a tortura foi tolerada e a CIA criou uma rede de prisões clandestinas pelo mundo em países onde a tortura é usada regularmente como método de interrogatório, diz o relatório de 6,3 mil páginas.
O documento conta como agentes deixaram o serviço de espionagem da Presidência dos EUA depois de passarem mal diante do que viram na prisão clandestina da CIA na Tailândia. No Afeganistão, um suspeito de terrorismo foi mergulhado sucessivas vezes num tanque de água gelada. Outros trechos descrevem torturas como bater com a cabeça do preso na parede.
No caso dos líderes da rede terrorista Al Caeda, mesmo quem se dispôs a contar tudo o que sabia foi torturado várias vezes, na expectativa de que tivesse muito mais a dizer, a um nível que caracteriza o sadismo.
Em março de 2014, a presidente da Comissão de Inteligência do Senado, senadora Dianne Feinstein, acusou a CIA de abuso de poder ao invadir o sistema de computadores para apagar provas e retirar documentos comprometedores obtidos durante a investigação.
Logo após tomar posse, em 2009, o presidente Barack Obama desmantelou o programa de prisões clandestinas da CIA e aboliu, ao menos oficialmente, o uso da tortura como método para extrair a verdade de suspeitos de terrorismo.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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