A maioria dos britânicos entende que o primeiro-ministro Tony Blair deve renunciar ao cargo imediatamente. Em pesquisa do instituto ICM para o jornal Sunday Express, 56% disseram ser a favor da saída imediata do chefe de governo. Mesmo entre os eleitores trabalhistas, 43% querem que ele apresente sua demissão.
Na semana que passou, revelou-se que Blair foi interrogado uma segunda vez pela polícia no escândalo sobre a troca de doações para partidos políticos em troca de títulos de nobreza. Um dos principais arrecadadores do Partido Trabalhista, preso no final de janeiro, alegou que o responsável para indicações para honrarias é sempre o primeiro-ministro.
Blair, que completa 10 anos no cargo em 2 de maio, é o líder do Partido Trabalhista mais bem-sucedido eleitoralmente, com três vitórias consecutivas com maioria absoluta na Câmara dos Comuns do Parlamento Britânico. Mas seu apoio incondicional à invasão do Iraque pelos Estados Unidos a as mentiras usadas para justificar a guerra minaram sua popularidade.
Sob intensa pressão, sobretudo da esquerda trabalhista, Blair anunciou na convenção anual do partido, em setembro do ano passado, que deixaria a liderança do partido e do governo dentro de um ano. Não marcou data.
A esquerda quer que ele saia antes das eleições municipais de maio. Blair deve ser substituído pelo ministro das Finanças, Gordon Brown, extremamente popular porque a Grã-Bretanha vive, desde 1992, o mais longo período de crescimento econômico de sua História. Mas se Blair sair agora, queimado pelo escândalo Dinheiro por Honrarias, a oposição conservadora fará intensa campanha pela antecipação das eleições parlamentares, que só precisam ser realizadas em 2010.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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