Em sua mensagem de Ano Novo, o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, citou como prioridade construir "uma relação estratégica e mutuamente benéfica" com a China, rival histórico e inimigo na Segunda Guerra Mundial. Abe também prometeu reescrever a Constituição de 1947, imposta pelos Estados Unidos, para remover as cláusulas pacifistas que impedem o Japão de mandar suas Forças Armadas para o exterior, o que pode ser uma fonte de atrito com os países vizinhos.
Abe quer criar relações com a China baseadas na "confiança". Depois de sua visita a Beijim em outubro, representantes dos dois países começaram a discutir questões das histórias oficiais ensinadas nas escolas sobre a Segunda Guerra Mundial consideradas ofensivas pelos países invadidos pelo Japão, e a cooperar em energia e meio ambiente.
O Japão está convidando líderes chineses para visitar Tóquio num sinal de que as tensões dos cinco anos de governo Junichiro Koizumi (2001-06) estão superadas. Koizumi visitava anualmente o santuário de Yasukuni, em Tóquio, onde são homenageados os 2,5 milhões de japoneses mortos na Segunda Guerra Mundial, inclusive 14 criminosos de guerra.
Um museu instalado junto ao santuário ainda afirma que o Japão relutou para entrar na guerra contra a China e os aliados. Na verdade, o Exército Imperial japonês invadiu a Manchúria em 1931 e o resto da China em 1937, e bombardeou sem declarar guerra a frota dos EUA estacionada em Pearl Harbor, no Havaí, em 7 de dezembro de 1941, matando 2.403 americanos entre civis e militares.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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