Os Estados Unidos tentaram adiar por 15 dias a execução do ex-ditador iraquiano Saddam Hussein para evitar que coincidisse com o início da festa religiosa muçulmana xiita de Eid al-Adha. Um alto funcionário do Iraque revelou que o embaixador americano, Zalmay Khalilzad, apelou ao primeiro-ministro Nuri al-Maliki e insistiu para que o enforcamento seguisse todos os procedimentos legais, inclusive a aprovação pelo presidente Jalal Talabani, que é curdo.
"Os americanos queriam mais 15 dias porque não queriam que ele fosse executado imediatamente", contou o alto funcionário. "Mas o gabinete do primeiro-ministro providenciou todos os documentos e, diante da insistência do chefe de governo, os americanos mudaram de idéia".
Para o primeiro juiz do processo, Rizgar Mohammed Amin, a execução foi ilegal: "O artigo 27 da lei processual diz que ninguém, nem mesmo o presidente, pode mudar as regras do tribunal e que a sentença não pode ser aplicada num prazo de até 30 dias depois da publicação da decisão do tribunal de apelações confirmando o veredito".
Outro problema é que "o Código de Processo Penal de 1971 estabelece que nenhum veredito será implementado durante feriados oficiais ou festas religiosas", acrescentou o juiz.
Saddam foi condenado à morte pelo massacre de 148 xiitas em 1982 na cidade de Dujail, onde fora alvo de um atentado. Diversas manifestações têm sido realizadas em cidades e bairros de maioria sunita em protesto contra o enforcamento.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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