quarta-feira, 3 de janeiro de 2007

Homem que gravou execução de Saddam é preso

O governo do Iraque anunciou hoje que o homem que gravou o enforcamento do ex-ditador Saddam Hussein com um telefone celular foi preso. "Era um funcionário que supervisionava a execução e que agora está sendo investigado", disse um assessor do primeiro-ministro Nuri al-Maliki.

Pelo menos mais dois suspeitos devem ser presos.

Saddam foi insultado antes da execução. O procurador Munkith al-Farun, que acompanhava a aplicação da pena de morte imposta pela Justiça pelo massacre de 148 xiitas em Dujail em 1982, declarou que não foram os carrascos, que usavam máscaras, que provocaram o ex-ditador. Foram pessoas que estavam fora da câmara de execução. Eram altos funcionários que não tiveram de deixar seus telefones celulares para trás.

"Não sei seus nomes mas me lembraria do rosto deles", afirmou o procurador. Ele negou que a voz fosse do assessor de segurança nacional do Iraque, Mowaffak al-Rubaie. Ouve-se Farun pedindo ordem mas ele não é atendido.

O episódio abalou ainda mais a imagem de Maliki, que declarou hoje que não tentará um segundo mandato como primeiro-ministro. Ele fracassou ao tentar promover a reconciliação nacional. Foi ativo na desbaathificação do Iraque, o expurgo dos aliados do governo Saddam Hussein, que teria atingido sunitas inocentes, aumentando a revolta nesta comunidade. Também é considerado muito próximo do aiatolá rebelde Muktada al-Sader, cujo nome foi gritado para provocar Saddam na hora da morte.

Sader comanda o Exército Mehdi, a maior milícia xiita do Iraque, responsável por grande parte da violência sectária que deixou o país num estado de guerra civil.

MAIS DE 16 MIL MORTOS EM 2006
O governo iraquiano anunciou ontem que 16.245 pessoas foram mortas em 2006, sendo 12.371 civis.

Da invasão, em 20 de março de 2003, até o final de 2005, morreram cerca de 19,5 mil civis. Estes números são bem inferiores aos computados no site Iraq Body Count, que se aproximam de 60 mil civis mortos.

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