Com a Copa do Mundo prestes a começar, os economistas decidiram avaliar seu impacto e concluíram que o país vencedor pode ter um crescimento de 0,7 ponto percentual maior do que no ano anterior e uma valorização em suas bolsas de valores. A Copa deve expandir a economia dos países participantes em US$ 25 bilhões. Quase todo este dinheiro fica na Europa, principalmente na Alemanha.
"Estamos convencidos de que o futebol tem um impacto econômica que justifica alguma pesquisa", declararam ao jornal Financial Times Ruben van Leeuwen e Charles Kalshoven, autores de Soccernomics, publicado pelo banco holandês ABN Amro. A conclusão é que a Copa pode estimular a economia. O único problema para a torcida brasileira é que eles acreditam que uma vitória da Itália traria maiores benefícios à economia mundial.
"Uma improvável vitória dos Estados Unidos ou de um país asiáticos apenas reforçaria os dois pólos mais dinâmicos da economia mundial", diz o estudo. Não traria maior equilíbrio. Uma vitória sul-americana não seria ruim mas também não daria grande benefício. "Da perspectiva da necessidade de um crescimento econômico mundial mais equilibrado, um país europeu deve ganhar a Copa do Mundo".
Dos cinco grandes países europeus que disputam a Copa, Alemanha e Itália apresentaram os índices de crescimento mais baixos nos últimos anos. Fariam a final ideal para os economistas. Como a Itália teve um desempenho econômico ainda pior do que a Alemanha, sua vitória seria melhor.
Estes dois países já disputaram uma final de Copa, em 1982, quando a Itália ganhou por 3 a 1 sem que isto tirasse o país da recessão até 1983. Qual a importância da vitória? Impossível saber.
A Copa tem dois impactos econômicos imediatos. Por um lado, aumentam as faltas ao trabalho e as alegações de problemas de saúde para que os trabalhadores possam ver as partidas. Do outro, esta redução da produtividade é contrabalançada por um aumento do consumo. O bem-estar, especialmente nos países que chegam às semifinais, garantem um faturamento extra ao comércio.
Pela estimativa do Centro de Pesquisas Econômicas e Empresariais, de Londres, a Copa deve aumentar a atividade econômica nos países participantes em US$ 25 bilhões. Mas 87% deste dinheiro extra devem ficar na Europa, especialmente no país-sede. A Câmara de Comércio da Alemanha espera que a Copa crie 60 mil empregos e aumente a renda nacional em 0,3 ponto percentual.
O presidente do Banco da Inglaterra, Mervyn King, observa que a mudança nos padrões de consumo é passageira. A Copa não teria um efeito significato de longo prazo.
Na América Latina, o impacto deve ser negativo. A queda na produtividade dará prejuízo maior do que o aumento do consumo, especialmente porque os jogos serão realizados durante o horário de trabalho, ao contrário do que acontece na Europa, onde serão realizados à noite ou em fins de semana.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário