O ex-presidente Alan García ganhou o segundo turno da eleição presidencial no Peru. Com 77% dos votos computados, García tinha mais de 5,75 milhões de votos (55,46%) contra 4,618 milhões (44,54%) para Ollanta Humala, da União pelo Peru.
García, do Partido Aprista Peruano, já fala como vencedor e Humala reconheceu a derrota. Mas ao surgir como um terremoto na política peruana e vencer o primeiro turno com 31%, o candidato ultranacionalista elegeu a maior bancada no Congresso, 25 dos 120 deputados. Será uma força política importante e candidatíssimo às próximas eleições presidenciais daqui a cinco anos.
Com apenas 36 deputados, García já ameaçou disssolver o parlamento e realizar novas eleições para garantir a governabilidade. Mas seria uma nova batalha política capaz de enfraquecer seu governo no começo. É mais provável que negocie com a aliança anti-Humala que o elegeu.
Ele precisa se livrar da imagem de seu desastroso primeiro governo (1985-90), que terminou no auge da guerra civil do grupo terrorista Sendero Luminoso, com inflação de 7.000% ao ano e o Peru em moratória, abrindo caminho para o populismo autoritário de Alberto Fujimori (1990-2000), que deixou a Constituição atual.
Humala era apoiado pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que interferiu diretamente, acusando García e a política liberal do atual presidente peruano, Alejandro Toledo.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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