O presidente da Bolívia, Evo Morales, acusou hoje a Petrobrás de chantagem porque a empresa estatal brasileira, que já aplicou mais de US$ 1 bilhão em seu país, suspendeu novos investimentos por causa da estatização do gás e do petróleo decretada por Morales em 1 de maio.
No final da reunião de cúpula, em Puerto Iguazú, na Argentina, com os presidentes Morales; Néstor Kirchner, da Argentina; e Hugo Chávez, da Venezuela; o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, contradizendo o presidente da Petrobrás, afirmou que a estatal brasileira vai continuar investindo na Bolívia.
Com foi acertado que o suprimento de gás será mantido, a próxima negociação será em torno do preço do gás boliviano. Ontem, a Petrobrás rejeitou qualquer aumento.
Para Chávez, modelo de Morales, o "ato histórico" do líder indígena boliviano não vai impedir que a Bolívia se associe ao Brasil, à Argentina e à Venezuela na construção de um gasoduto que cruzará a América do Sul. Kirchner comentou que "respeita a decisão soberana de cada país", garantindo que não faltará gás na Argentina.
Mas diversos embaixadores brasileiros consultados informalmente por este blog consideram a situação dificílima. O processo de integração latino-americana está em frangalhos. Alguns entendem que a integração energética acabou. Faltará confiança aos investidores privados para assumir novos compromissos diante dos riscos políticos envolvidos.
O governo brasileiro acha que Chávez faz jogo duplo ao estimular a integração energética do subcontinente ao mesmo tempo em que incentiva a Bolívia e o Peru a estatizar os recursos naturais.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário