A vantagem do ex-presidente Alan García sobre o candidato ultranacionalista Ollanta Humala nas pesquisas sobre o segundo turno da eleição presidencial no Peru, em 4 de junho, aumentou de oito para 12 pontos percentuais.
Na primeira pesquisa depois da definição dos dois candidatos que disputarão o segundo turno, em 28 de maio, García, da Aliança Popular Revolucionária Americana (Apra), tinha 54% das preferências contra 46% para o ex-oficial golpista Humala, do Partido Nacionalista Peruano. Agora, em pesquisa divulgada ontem pelo jornal conservador peruano El Comercio, o ex-presidente tem 56% e Humala, apoiado pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez, caiu para 44%.
García discutiu publicamente com Chávez, chamando-o de cínico por ser contra os acordos de livre comércio com os Estados Unidos firmados pela Colômbia e pelo Peru, enquanto a Venezuela vende US$ 50 bilhões por ano aos EUA. O líder venezuelano, outro ex-militar golpista, chamou García de corrupto e ladrão, e prometeu retirar o embaixador da Venezuela de Lima, se García for eleito.
O atual presidente peruano, Alejando Toledo, denunciou a interferência indevida de Chávez nos assuntos internos do Peru.
No primeiro turno, Humala venceu com 31% dos votos e García teve quase 25%, superando a candidata direitista Lourdes Flores, que há seis meses era a favorit.
Para o escritor Mario Vargas Llosa, que perdeu a eleição de 1990 para Alberto Fujimori, García é a alternativa ao militarismo despótico de Humala. Mas o jornal americano The New York Times comentou em editorial que as duas opções são tristes.
García deixou o cargo em 1990 legando uma hiperinflação de 7.000% ao ano, com 80% dos trabalhadores peruanos desempregados ou subempregados e uma guerra civil contra os grupos guerrilheiros de esquerda Sendero Luminoso e Movimento Revolucionário Tupac Amaru.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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