O candidato ultranacionalista Ollanta Humala reduziu para oito pontos percentuais a vantagem que o ex-presidente Alan García tinha nas pesquisas para o segundo turno da eleição presidencial do Peru, em 4 de junho. Em pesquisa do Instituto de Opinião Pública da Pontifícia Universidade Católica do Peru divulgada ontem, García tinha 54% das preferências e Humala 46%.
Humala, um ex-oficial golpista, concorre pela União pelo Peru, prometendo nacionalizar os recursos naturais e usar as empresas estatais para realizar programas sociais, na linha dos presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e da Bolívia, Evo Morales. Tem o apoio da esquerda. Sua votação é maior na zona rural.
García, do Partido Aprista (de Apra, Aliança Popular Revolucionária Americana), símbolo do populismo de esquerda no Peru, fez um governo desastroso de 1985 a 1990. Deixou uma hiperinflação de 7.000% ao ano e a guerra civil contra os grupos Sendero Luminoso e Tupac Amaru, abrindo involuntariamente o caminho para a ascensão de Alberto Fujimori, que derrotou a guerrilha e a hiperinflação com um golpe e violações dos direitos humanos, de tortura a assasinatos, inclusive com grupos de extermínio.
Hoje García tem o apoio da direita e do centro. Virou o anti-Humala. Tem maior votação nas cidades. Já teve 22 pontos de vantagem. A redução da vantagem indica que Humala tem uma chance porque o número de indecisos era grande nas pesquisas anteriores, em torno de 25%. À medida em que a eleição se aproxima, cai o número de indecisos.
Houve um momento na campanha em que Alan García e o presidente peruano, Alejandro Toledo, protestaram contra a tentativa do presidente venezuelano de interferir na eleição peruana. O bate-boca com Chávez prejudicou o chavista Humala.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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