O ministro das Relações Exteriores do Brasil, embaixador Celso Amorim, admitiu hoje que há um desconforto do governo Luiz Inácio Lula da Silva com a atuação cada vez mais proeminente do presidente da Venezuela, Hugo Chávez.
Em depoimento na Comissão de Relações Exteriores do Senado, o chanceler disse que o Brasil vai tratar da crise gerada pela estatização do gás e petróleo da Bolívia, onde a Petrobrás investiu mais de US$ 1 bilhão nos últimos 10 anos com uma política de "boa vizinhança": "Não queremos a formação de um eixo Venezuela-Bolívia na América do Sul. O único eixo possível é o que una todos os países do continente".
Durante a audiência, o senador Jefferson Peres (PDT-AM) propôs um voto de censura ao governo Lula por sua suposta fraqueza nas negociações com a Bolívia.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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3 comentários:
Saturnino Braga, PT-RJ, falou nessa reunião sobre os benefícios de uma diplomacia "a longo prazo", que o MRE estaria exercendo, e evitando conseqüências negativas para a unidade sul-americana que uma resposta mais dura pudesse causar. Amorim disse +ou- a mesma coisa e disse ainda que se Lula tomasse a atitude enérgica que Perez reclamava, ela seria interpretada pela oposição como um ato eleitoreiro.
Existe essa prudência estratégica no MRE, ou é desculpa esfarrapada? E o "desconforto" com Chávez, é para ser interpretado como?
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