O presidente da Argentina, Néstor Kirchner, liderou ontem em Gualeguaychú uma manifestação de 30 mil pessoas, inclusive 19 governadores, todo o ministério e a direção da Confederação Geral do Trabalho (CGT), contra a instalação de duas fábricas de papel e celulose na margem oriental do Rio Uruguai. A Argentina teme problemas ambientais, acusa o Uruguai de violar um tratado bilateral sobre o uso compartilhado do rio e recorreu à Corte Internacional de Justiça das Nações Unidas, em Haia, na Holanda, denunciando o país vizinho.
A chamada 'guerra das papeleiras' levou o presidente uruguaio, Tabaré Vásquez, a ameaçar retirar seu país do Mercosul, já que seu pedido de convocação do Conselho Consultivo do bloco econômico regional foi rejeitado por Brasil e Argentina. Os investimentos de uma empresa finlandesa e outra espanhola equivalem a 15% do produto interno bruto do Uruguai.
Durante visita a Washington, o presidente do Uruguai tentou reforçar seus laços comerciais com os Estados Unidos. Declarou que pretende seguir o "modelo socialista chileno", indicando que pode ficar no Mercosul apenas como membro associado, participando da zona de livre comércio enquanto busca outros acordos comerciais para impulsionar o desenvolvimento econômico de seu país.
A 'guerra das papeleiras' provocou o bloqueio por 40 dias de duas pontes ligando Uruguai e Argentina, suspenso em 1 de maio.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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