Milhares de pessoas protestaram hoje os Estados Unidos no Afeganistão. Tudo começou porque um veículo militar americano abalroou vários carros para abrir caminho nas ruas da capital, Cabul, matando pelo menos quatro pessoas.
Imediatamente, populares cercaram o veículo e atacaram os americanos com pedras. Os soldados reagiram abrindo fogo. Mas isto só icendiou ainda mais os ânimos, levando milhares de pessoas a protestar diante da Embaixada dos EUA e do palácio presidencial, aos gritos de: "Morte aos Estados Unidos!" e "Morte a [o presidente] Karzai!"
Foi um protesto muito violento. Muitos manifestantes estavam armados de paus e pedras. Eles queimaram carros, lojas, delegacias e até um hotel recém inaugurado. O Exército e a Polícia investiram contra a multidão.
Ao todo, pelo menos 14 pessoas foram mortas e outras 150 ficaram feridas.
Os violentos protestos em Cabul acontecem semanas depois do início de uma ofensiva dos rebeldes talebã, a milícia que governou o Afeganistão de 1996 até a invasão americana de outubro de 2001, uma resposta aos atentados de 11 de setembro de 2001, já que o regime dos talebã abrigava Al Caeda, o grupo terrorista responsável pelos ataques aos EUA. Pelo menos 300 pessoas morreram nos combates entre os talebã, os EUA e as forças de segurança afegãs, os mais violentos desde a queda do governo do mulá Omar, em novembro de 2001.
Na madrugada de hoje, um bombardeio americano numa região montanhosa do distrito de Kajaki, no Sul do país, teria matado 50 supostos talebã, informou o vice-governador da província de Helmand, Amir Mohammed Akhunzada. O aumento da violência provocou um reforço das tropas da Organização do Tratado do Atlântico (OTAN), a aliança militar liderada pelos EUA, que deve intensificar os ataques contra os talebã no Sul do Afeganistão, principal reduto dos rebeldes.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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