O aumento da violência na província de Anbar levou o comandante militar dos Estados Unidos no Iraque, general George Casey, a pedir reforço, no momento em que aumenta a pressão política interna nos EUA por uma retirada ao menos parcial. Ele pediu que toda a 2ª Brigada da 1ª Divisão Blindada, com 3,5 mil soldados, seja enviada para se somar aos 133 mil militares americanos que ocupam o país. O presidente George W. Bush decidiu enviar 1,5 mil soldados estacionados no vizinho Kuwait.
Hoje a onda de violência no Iraque deixou mais de 50 mortos e outros 100 feridos.
Na semana passada, o embaixador americano no Iraque, Zalmay Khalilzad, admitiu que parte de Anbar está sob controle dos rebeldes. Um xeque sunita confirmou ao jornal The Washington Post que a capital, Ramadi, está dominada pelo terrorista jordaniano Abu Musab al-Zarkawi, representante d'al Caeda no Iraque, a tal ponto que "ele mata qualquer um que entre ou saia da base americana. Paramos de nos reunir com os americanos, francamente, porque eles não conseguem nos proteger".
Além de Anbar, ontem foi um dia especialmente violento no Iraque, com pelo menos 60 mortes, sendo 33 na capital, Bagdá, onde aumenta o conflito entre árabes xiitas e árabes sunitas.
Mas o que mais atraiu a atenção dos americanos foi um carro-bomba detonado contra um comboio militar americano, que matou dois jornalistas ingleses que trabalhavam para a rede de televisão CBS. Desde o início da guerra, em março de 2003, 71 jornalistas foram mortos, superando as 69 mortes da Segunda Guerra Mundial e as 63 no Vietnã.
Na véspera, dois soldados britânicos foram mortos em Bássora, principal cidade xiita do Sul do Iraque, aumentando para 11 o total de militares britânicos mortos no Iraque neste mês, o número mais alto desde o início da guerra.
O governo americano promete concluir ainda esta semana o inquérito sobre uma chacina de 24 civis iraquianos por fuzileiros navais em Haditha, em 19 de novembro, e tentativas de encobrir a matança.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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