A dependência cada vez maior dos chamados países emergentes de capital estrangeiro barato dos países ricos aumenta o risco de volatilidade no mercado financeiro internacional, alerta um estudo do Banco Mundial divulgado hoje. O relatório adverte que uma possível fuga de capitais seria crítica neste momento para os países em desenvolvimento e o abalo da segunda-feira passada aumentou o nervosismo dos investidores, adverte o jornal inglês Financial Times, porta-voz do centro financeiro de Londres.
"O momento é tão crítico que dá pouco tempo a estes países para desenvolver seus mercados", afirma o autor do relatório, Mansoor Dailami. "Metade das economias em desenvolvimento está metade fora, metade dentro do sistema financeiro global. São meio abertas e meio fechadas."
Pelos cálculos do Banco Mundial, os investidores privados colocaram um recorde de US$ 491 bilhões nos mercados emergentes em 2005. No ano anterior, tinham investido US$ 397 bilhões, informa o Wall St. Journal, porta-voz do centro financeiro de Nova Iorque.
Alguns economistas acreditam que estes investimentos foram feitos sem uma avaliação de risco adequada. "O capital estrangeiro pode ajudar a financiar investimentos que tornem os países pobres mais ricos", observa o WSJ.
"O pior cenário é um choque repentino - algo como um grande surto de gripe aviária, uma desaceleração da China ou uma alta inesperada nas taxas de juros - capaz de levar os investidores a decidir que um retorno baixo em ativos de países em desenvolvimento simplesmente não compensa os riscos", diz o Journal.
Uma fuga rápida do capital estrangeiro abalaria o crescimento dos países em desenvolvimento, deixando dívidas, juros mais altos, queda nas bolsas de valores e menor demanda por suas exportações.
Neste momento, a Bolsa de Valores de São Paulo cai mais de 3%. O real está em queda. Mas o mercado ainda acredita numa queda de 0,5 ponto percentual amanhã na taxa básica de juros do Banco Central, hoje em 15,75% ao ano.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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