A maior economia do mundo manda mais sinais contraditórios, desafiando a capacidade de análise dos economistas que tentam prever se o Federal Reserve Board (Fed), o banco central dos Estados Unidos, vai aumentar a taxa básica de juros, hoje em 5% ao ano, na sua próxima reunião, no final de junho. O medo da inflação e do aumento dos juros provocou a chamada fuga para a qualidade, para aplicações mais seguras, na segunda-feira, derrubando as bolsas de valores no mundo inteiro.
Inesperadamente, a venda de casas novas aumentou 4,9% em abril nos EUA. No final do mês passado, havia 565 mil casas no mercado, um novo recorde equivalente a 5,8 meses de vendas pelo ritmo atual dos negócios. Mas apesar do aumento do estoque de casas para vender, houve um aumento de preços, de uma média de US$ 232 mil para US$ 238,5 mil, e os financiamentos estão mais caros por causa das sucessivas altas nos juros. Isto inibe novos negócios.
Houve uma queda de 6% no número de novos pedidos de financiamento, informou a associação de bancos que financiam a compra de imóveis. Então, examinando-se os dados em detalhes, o mercado imobiliário não está tão aquecido quanto o aumento de 4,9% na venda de casas novas sugere.
Ao mesmo tempo, as encomendas de bens duráveis para a indústria caíram 4,8% em abril, atingindo principalmente as fábricas de aviões e de computadores. Um indicador importante, as encomendas de bens de capital não-ligadas ao setor de defesa diminuíram em 1,7%, em contraste com uma alta de 3,6% em março.
As encomendas de bens duráveis costumam oscilar, dependendo da distribuição. Para o economista Drew Matus, do banco de investimentos Lehman Brothers, "estes dados não sugerem uma queda sustentada na atividade manufatureira. De fato, a combinação de diferentes dados indica que a indústria deve continuar trabalhando em níveis saudáveis".
Sem maiores novidades, a Bolsa de Nova Iorque fechou com uma pequena alta, de 0,17%, enquanto o preço do barril de petróleo caiu 45 centavos, fechando em US$ 69,41.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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