quarta-feira, 29 de março de 2006

Kadima vence em Israel mas elege menos deputados do que esperava

O partido centrista Kadima (Avante), do primeiro-ministro interino Ehud Olmert, venceu as eleições de 28 de março em Israel terá apenas 28 deputados na Knesset, o parlamento israelense, de 120 cadeiras. Durante a campanha, a prevão era de que elegeria 40. Olmert chegou a declarar que menos de 36 seria considerado um resultado ruim. Isto o torna dependente de outros partidos para formar a coalizão de governo.

Diante da incerteza política gerada pelo resultado, a Bolsa de Tel-Aviv caiu 1% na manhã desta quarta-feira. Mas o jornal americano The New York Times observa que os eleitores preferiram partidos favoráveis à retirada parcial israelense dos territórios árabes ocupados.

O Partido Trabalhista, de centro-esquerda, que dominou a política israelense durante décadas, terá 20 deputados, e o esquerdista Meretz, quatro. Estes partidos devem apoiar a estratégia de paz de Olmert.

Em terceiro, ficou o Shass, um partido ortoxodo sefaradita, com 13 cadeiras. Em quarto, o partido linha-dura Beiteinu, apoiado sobretudo por imigrantes russos, com 12 deputados.

Isso deixou em quinto lugar o Likud, ao qual pertenciam tanto Olmert quanto seu padrinho político, o ex-primeiro-ministro Ariel Sharon, que agoniza desde 4 de janeiro, quando sofreu um acidente vascular cerebral. Foi uma grande derrota para o ex-primeiro-ministro linha-dura Benjamin Netanyahu, contrário a qualquer devolução de territórios aos palestinos.

Para os analistas, o comparecimento às urnas de 63,2% dos eleitores inscritos, baixo para eleições israelenses, favoreceu os pequenos partidos.

A proposta de Olmert é levar adiante o plano de paz de Sharon. Se não houver acordo com os palestinos, ele pretende realizar uma separação unilateral, removendo parte das colônias judaicas na Cisjordânia.

O presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, rejeita este "desengajamento" proposto por Israel. Mas terá dificuldades em reiniciar o processo de paz, já que o novo governo palestino é formado pelo Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), considerado um grupo terrorista pelos Estados Unidos, União Européia e Israel por se negar a abandonar a luta armada e a reconhecer o direito de existência de Israel.

Durante as negociações para formar o governo, os partidos ligados à Organização para a Libertação da Palestina (OLP), de Abbas, exigiram que o Hamas aceitasse os acordos firmados com Israel. Mas os radicais do Hamas se negam a fazer isto, alegando que equivaleria a reconhecer Israel e aceitar a ocupação dos territórios palestinos.

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