O crescimento do produto interno bruto do Japão, segunda maior economia do mundo, no último trimestre do ano passado foi de 1,3%, abaixo da estimativa inicial de 1,4%. Esta taxa de crescimento projetada anualmente dá 5,4%, bem acima do 1,6% registrado nos Estados Unidos, maior economia do mundo. Para o ano todo de 2005, o índice ficou em 2,7%, mais do que o Brasil com 2,3%.
Foi o quarto trimestre consecutivo de expansão da economia japonesa, mais uma indicação de que o Japão está superando a estagnação e a deflação que derrubaram as taxas de crescimento espetaculares dos anos 80 e levaram o país a uma crise que se arrastava desde os anos 90.
A Bolsa de Tóquio atingiu seu nível recorde de 38 mil pontos no final de 1989, quando só se falava no SuperJapão. Em 1991, estourou a bolha especulativa nos mercados imobiliário e financeiro. Desde então o Japão se debatia sem chegar a um consenso sobre como resgatar o dinamismo perdido. Relutou em fazer reformas liberalizantes, em parte porque os japoneses não querem viver numa sociedade no modelo americano.
O país volta a crescer em grande parte graças ao impulso dado pelo crescimento da China, inimiga histórica que se tornou a maior parceira comercial do Japão.
Mas depois de registrar um déficit comercial em janeiro, por causa do petróleo importado, o que não acontecia desde os anos 70, o saldo em conta corrente caiu 7,6% em janeiro.
Na semana passada, o Banco do Japão, o banco central japonês, indicou que a deflação acabou. O mercado espera agora o aumento da taxa básica de juros, que estava em torno de zero. A meta é conter a inflação em até 2%.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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