As pesquisas de boca-de-urna e as projeções dos primeiros resultados das eleições israelenses de 28 de março indicam a vitória do partido Kadima (Avante), do primeiro-ministro interino Ehud Olmert.
O Kadima deve eleger de 29 a 32 dos 120 deputados da Knesset, o parlamento de Israel. Em segundo, ficou o Partido Trabalhista, de centro-esquerda. A surpresa foi o partido de extrema direita Beiteinu, que deve fazer 13 ou 14 deputados, batendo a coligação direitista Likud, numa grande derrota para o ex-primeiro-ministro linha-dura Benjamin Netanyahu.
Para Olmert, herdeiro político do ex-primeiro-ministro Ariel Sharon, em coma desde 4 de janeiro, quando sofreu um acidente vascular cerebral, a vitória "consolida" o projeto de paz de Sharon. Se for impossível negociar com os palestinos, cujo governo desde ontem é formado pelo Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), Olmert pretende promover uma retirada unilateral de parte da Cisjordânia até 2010.
Esta fórmula de "desengajamento" é rejeitada pelos palestinos. A Corte Internacional de Justiça das Nações Unidas considera ilegais todos as 145 colônias israelenses construídas nos territórios árabes ocupados.
Se resolver desmantelar parcialmente as colônias, Olmert terá de enfrentar cerca de 60 mil colonos, bem mais do que os 8,5 mil que tiveram de ser expulsos da Faixa de Gaza no ano passado, depois que Sharon decidiu devolvê-la aos palestinos.
É provável que o Kadima se alie aos trabalhistas e a outros partidos de esquerda para avançar no processo de paz e aos partidos de direita em questões econômicas.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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