Com 50 aviões e helicópteros, 200 veículos e carros de combate e 1,5 mil soldados americanos e iraquianos, os Estados Unidos lançaram, na cidade de Samarra e arredores, uma grande ofensiva com o maior bombardeio aéreo ao Iraque desde 2003, o ano da invasão. O objetivo é atacar a insurgência. Um ataque contra a Mesquita Dourada de Samara, um dos mais sagrados santuários xiitas, atribuído pelos americanos à rede terrorista Al Caeda, em 22 de fevereiro, deflagrou uma onda de violência entre árabes sunitas e árabes xiitas que matou milhares de pessoas e ameaça provocar uma guera civil no Iraque.
A Assembléia Nacional, o parlamento iraquiano, de 275 cadeiras, tomou posse nesta quinta-feira. O diálogo político entre xiitas, sunitas e curdos é a maior esperança para conter a violência. Mas não há acordo para reconduzir ao cargo o primeiro-ministro Ibrahim al Jaafari, reindicado pela Aliança Iraque Unido, xiita, que vendeu as eleições de 15 de dezembro de 2005. Jaafari sofre forte oposição dos sunitas, que culpam o governo por massacres atribuídos a milícias xiitas.
Em Halabja, onde pelo menos 5 mil pessoas morreram num ataque com armas químicas ordenado pelo então ditador Saddam Hussein em março de 1988, uma multidão protestou junto ao monumento em homenagem às vítimas, exigindo mais ajuda governamental.
O caos no Iraque levou os EUA e o Irã a abrirem um diálogo mas só sobre a questão iraquiana, não sobre o programa nuclear iraniano, suspeito de desenvolver armas atômicas, que está sob exame do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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