Um movimento pela Vitória do Profeta surgiu na Arábia Saudita em janeiro, quando muçulmanos de todo o mundo protestaram contra a publicação na imprensa européia de caricaturas do profeta Maomé consideradas ofensivas.
Sua campanha inclui um boicote econômico à Dinamarca, onde as caricaturas foram divulgadas inicialmente, e um projeto para produzir anúncios de televisão sobre o profeta a ser veiculados na Europa. Estudantes estão coletando 1 milhão de assinatura para pressionar a Embaixada da Dinamarca a tornar ilegal insultos ao Islã e seu profeta. Empresários oferecem até US$ 50 mil por ensaios sobre o profeta. Até o final do mês, ativistas do grupo vão aos vizinhos Kuwait e Bahrein mobilizar os islamitas.
Para Muhammad Kawther, líder dos Jovens Reunidos por uma Renascença Islâmica, a crise das caricaturas do profeta foi um presente dos céus. Seu grupo estava concluindo seu primeiro projeto, um CD apelando aos jovens para que cumpram a obrigação religiosa de rezar cinco vezes por dia virados em direção a Meca, quando a crise veio lhes dar um impulso extra.
Mais impressionante, na opinião do jornal americano The Washington Post, é como a religião consegue mobilizar os sauditas como a política não consegue.
Já o porta-voz do Comitê Internacional pela Defesa do Último Profeta entende que este ativismo religioso pacífico pode ajudar a isolar os jihadistas, fundamentalistas muçulmanos engajados numa luta terrorista contra quem consideram infiéis e inimigos do islamismo. O grupo mais notório é a rede Al Caeda,, que inspirou ações terroristas em diversos paises.
Outro fator importante na equação do islamismo político foi a ascensão dos fundamentalistas nas eleições na Palestina, no Iraque, no Irã, no Marrocos e no Egito. Eles sentem-se mais fortes mas ao mesmo tempo conquistam espaço para atuar politicamente. Isto reduz a sedução da luta armada. No poder, precisam oferecer serviços e maior bem-estar social à população.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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