O índice de preços para o consumidor nos Estados Unidos registrou alta de apenas 0,1% no mês passado, depois de subir 0,7% em janeiro, num sinal de que a alta nos preços do petróleo não atingiu outros preços. A Bolsa de Valores de Nova Iorque reagiu positivamente porque isto reduz a necessidade de um aumento da taxa básica de juros, o que costuma atrair mais investimentos para a economia americana, geralmente às custas dos mercados emergentes. A inflação nos últimos 12 meses nos EUA está em 3,6%.
A construção de novas casas caiu 7,9% em fevereiro, depois de crescer 15,8% num mês de janeiro excepcionalmente quente. Mas a expectiva é que o mercado imobiliário retome sua força no primeiro semestre, em parte devido à reconstrução pós-furacões. Há uma preocupação das autoridades econômicas com a possível explosão de uma bolha especulativa no setor. Mas a inflação no preço da casa própria limita-se às grandes cidades dos EUA. Não teria maior impacto no resto do pais.
Os salários reais caíram 0,1% nos últimos 12 meses, revelou o Departamento do Trabalho. Os novos pedidos de seguro desemprego subiram em 5 mil, chegando a 309 mil na semana encerrada em 11 de março, o nível mais alto desde dezembro. São indicações de que os salários não pressionam a alta de preços.
Na minuta da última reunião do Federal Reserve Board (Fed), o banco central dos EUA, o Comitê de Mercado Aberto observou que “possíveis aumentos na utilização de recursos, bem como os elevados preços da energia, têm o potencial de alimentar a pressão inflacionária”. Agora, uma nota do economista Nariman Behravesh, da empresa Capital Insight, comenta que, “emboja não haja espaço para complacência, o Fed pode ficar tranqüilo pelo fato de que a inflação está sob controle, apesar de pressões inflacionárias modestas”.
A expectativa do mercado era de um aumento 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros na reunião do Fed de 28 deste mês, para 4,75%, e para 5% em 10 de maio. Os analistas entendem que o próximo aumento é praticamente certo mas estão divididos quanto a novas altas nos juros.
“Ainda esperamos que o Fed aumente a taxa para 5,25% até a metade do ano por causa do forte crescimento, alto nível de utilização de recursos e inflação próxima do limite máximo confortável”, declarou John Ryding, economista-chefe do banco de investimentos Bear Stearns nos EUA.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário