domingo, 26 de março de 2006

Guerra das enciclopédias

A Encyclopaedia Britannica luta para preservar sua reputação.

Um ensaio publicado na mais prestigiada revista científica do mundo, a Nature, de Londres, considera-a pouco melhor do que a Wikipedia, uma enciclopédia online com textos escritos pelos usuário.

A Britannica nasceu em Edimburgo, capital da Escócia, em 1768. Construiu uma sólida reputação de só utilizar acadêmicos e pesquisas competentes para escrever em suas página.

Já a Wikipedia é um fenômeno da revolução nas comunicações na era da informática. Surgiu há cinco anos na Califórnia e qualquer um pode contribuir.

Mas o ensaio publicado na revista Nature não faz muita diferença entre as duas: “A Wikipedia chega perto da Britannica em termos da acurácia de seus verbetes sobre ciência”.

Em carta aberta, a Britannica alega que “o estudo da Nature foi feito de maneira tão falha que suas conclusões são erradas e complemente sem validade”. Mas a revista não está disposta a se retratar.

De 42 verbetes examinados em cada publicação, a pesquisa encontrou 162 problemas na Wikipedia e 123 na Britannica. A revista alega que a grafia correta em inglês da cidade onde Pitágoras viveu parte de sua vida é Crotona e não Crotone.

Na Britannica, uma nuvem é formada por “supersaturação”. Para a Nature, simplesmente por saturação.

Sobre gorduras, a Wikipedia não teve problemas. Mas a Britannica não fala em saturadas e não-saturadas, e usa segundo a Nature uma “nomenclatura desatualizada”.

O criador da Wikipedia, Jimmy Wales, festejou o sucesso mas admitiu que “dificilmente é verdade que somos melhor que a Britannica”, acrescentando que “em História e ciênciais sociais somos muito mais fracos”. Ele gostou dos verbetes analisados terem sido sobre ciências naturais.

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