O candidato ultranacionalista Ollanta Humala assumiu a liderança nas pesquisas para as eleições presidenciais de 9 de abril no Peru. Na sondagem da Companhia Peruana de Pesquisas de Mercado, Humala teve 31,6% das preferências, superando a candidata da direita, Lourdes Flores, com 29,1%. Ele ameaça taxar agressivamente as mineradoras e reestatizar a economia.
Na pesquisa sobre o segundo turno, no entanto, Flores aparece com 41,5% contra 36,6% de Humala. Nenhum partido teria maioria no Congresso, o que obrigaria o futuro presidente a fazer alianças.
Mesmo assim, a Bolsa de Lima caiu 4%, o dólar subiu e o risco-país do Peru aumentou 22%. O atual presidente, Alejando Toledo, pediu calma ao mercado.
Humala liderou uma tentativa de golpe em 2000 contra o então presidente Alberto Fujimori. Seguindo o exemplo do presidente venezuelano Hugo Chávez, outro golpista que chegou ao poder, o coronel Humala lançou na política com um forte discurso antiliberal, anticapitalista e contra o atual sistema político-partidário.
Como Chávez e o novo presidente da Bolívia, Evo Morales, Humala acredita no poder do Estado como motor do desenvolvimento e promoter de menor desigualdade social. A diferença é que o Peru não tem o petróleo da Venezuela para financiar programas sociais de inspiração populista.
Anteontem, o candidato a vice-presidente na chapa de Humala, Gonzalo García, defendeu a estatização de setores estratégicos, especialmente de energia.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário