A venda de casas novas nos Estados Unidos caiu 10,5% em fevereiro para o nível mais baixo desde maio de 2003, estimou ontem o Departamento do Comércio. Foi uma queda bem maior que esperado. Mas a demanda por aviões civis fez com as ordens de bens industriais duráveis subisse 2,6%, acima do 1,5% previsto pelos economistas.
Se há uma bolha especulativa no mercado imobiliário das grandes cidades americanas ela está sendo desinflada. Isto evita os riscos do choque produzido por um estouro. Reduz também a pressão inflacionária. Assim o Federal Reserve Board (Fed), o banco central americano, tem uma razão a menos para elevar a taxa básica de juros dos EUA, que tende a continuar subindo dos atuais 4,5% ao ano para 5% ou 5,5%. Já o aumento na demanda de bens duráveis age em sentido contrário.
A expectativa do mercado é de um aumento de 0,25 ponto na reunião do Comitê de Mercado Aberto do Fed nos dias 27 e 28 de março. Será a décima-quarta alta consecutiva desde 30 de junho de 2004. Os analistas se perguntam até onde os juros americanos continuarão subindo. Com esta expectativa de alta, o dólar subiu hoje diante do iene e do euro.
A alta dos juros nos EUA sempre atrai capital para a economia americana com prejuízo dos chamados países emergentes, como o Brasil, a Argentina, a Rússia, onde o risco é maior. É a chamada fuga para a qualidade, comum em momentos de crise, o que não é o caso atualmente.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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