Num gesto de conciliação com o empresariado da Argentina, a presidente Cristina Kirchner repudiou o projeto de lei de divisão dos lucros defendido pela Confederação Geral do Trabalho (CGT), negou que vá proibir o investimento de lucros no exterior e pediu moderação aos sindicatos.
No encerramento da 17ª Conferência da União Industrial Argentina, no Hotel Hilton, em Buenos Aires, em 22 de novembro de 2011, Cristina defendeu seu modelo econômico desenvolvimento e admitiu estar disposta a aceitar alguma inflação em troca de um crescimento maior.
Depois de uma hora e meia de discurso, a presidente argentina perguntou por Moyano. Provavelmente sabia que o sindicalista havia ido embora, sabendo que seu projeto de divisão do lucro seria rejeitado: "Isso deve ser resolvido entre empresários e trabalhadores, e não ser imposto à força pelo Estado através do Parlamento".
Neste momento, foi interrompida por aplausos puxados por José Ignacio de Mendiguren, presidente da UIA, reporta o jornal argentino La Nación.
Pela primeira vez desde que o kirchnerismo foi acusado de manipular os índices de inflação para garantir a primeira eleição de Cristina, em 2007, ela falou sobre o que o ministro da Economia e vice-presidente eleito, Amado Boudou, chama de "reacomodação de preços".
"Se vocês observam a orientação política argentina, nunca vão ver a revalorização da moeda, sempre vão ver uma política de desvalorização, talvez não com a intensidade que gostariam os exportadores", afirmou a presidente, "mas então não me venham depois falar de inflação se não tenho controle sobre a variável do dólar. Vamos, senhores, dois e dois são quatro! Todos sabemos que o dólar é a referência de preço para todos os bens e serviços".
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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