Por 380 a 26, a Câmara dos Deputados da Itália aprovou agora à tarde a Lei de Estabilização de 2012, o orçamento que incorpora as medidas necessárias para reduzir o déficit público e evitar um agravamento da crise das dívidas públicas da Zona do Euro.
A aprovação abre caminho para a renúncia do primeiro-ministro Silvio Berlusconi. Ele será substituído pelo ex-comissário europeu antimonopólio, Mario Monti, que deve formar um governo tecnocrático para aplicar as duras medidas necessárias para estabilizar a terceira maior dívida pública do mundo, de 1,9 trilhão de euros, atrás dos Estados Unidos e do Japão.
Nos últimos 17 anos, o homem mais rico da Itália governou o país durante oito e meio. O fim da era Berlusconi é a mudança mais importante na política italiana desde que a Operação Mãos Limpas (1992-94) acabou com a Democracia Cristã, que a dominava desde 1945, deixando um vácuo na centro-direita.
"Este é o momento mais dramático da nossa história recente", comentou em entrevista à televisão Ferruccio de Bortoli, editor do Corriere della Sera, o principal diário de Milão.
Neste momento, o jornal transmite imagens ao vivo do Palácio do Quirinal (uma das sete colinas de Roma), sede da Presidência da Itália, onde Berlusconi deve apresentar sua demissão às 20h30 pela horal local, 17h30 pelo horário de Brasília. Seus adversários políticos já se concentram diante dos palácios do Quirinal e Chigi, residência oficial do primeiro-ministro.
Antes da votação, deputados leais ao primeiro-ministro, alvo de várias denúncias de corrupção e quatro processos, gritaram em coro: "Silvio! Silvio!", informa o jornal The New York Times.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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