O ex-presidente e atual primeiro-ministro Vladimir Putin confirma sua posição como homem mais poderoso da Rússia. Ele foi indicado oficialmente candidato do partido Rússia Unida na eleição presidencial de março de 2012, o que lhe permitirá governar por mais um ou dois mandatos de quatro anos.
Putin, ex-chefe do Serviço Federal de Segurança, sucessor do temido KGB (Comitê de Defesa do Estado) da União Soviética, foi tirado da cartola pelo então presidente Boris Yeltsin, que o nomeou primeiro-ministro e renunciou, transmitindo-lhe o poder antes da eleição presidencial de março de 2000.
Para afirmar o seu poder, ainda como primeiro-ministro, Putin iniciou a Segunda Guerra da Chechênia, depois de uma ação de extremistas muçulmanos na república russa vizinha chamada Daguestão e de uma série de atentados em Moscou atribuídos a chechenos cuja autoria nunca foi totalmente esclarecida.
Desde então, Putin tenta resgatar os dias de poder e glória da URSS, cujo desparecimento considera a "maior catastrofe geopolítica do século 20". Com a alta nos preços do petróleo de cerca de US$ 10 em 1998, quando a Rússia quebrou, sob o impacto da crise asiática de 1997, para mais de US$ 100, o país, grande exportador de energia, se recuperou economicamente.
A Rússia foi colocada ao lado da China, da Índia e do Brasil no grupo BRIC criado pelo economista britânico Jim O'Neill, que previu que esses países seriam as principais fontes do crescimento da economia mundial nas próximas décadas. Como herdeira da URSS, deveria estar entre os países desenvolvidos, mas retrocedeu a país em desenvolvimento, exportador de matérias-primas e não de produtos acabados de conteúdo tecnológico.
O sonho de Putin, e vez de desenolver o país, é criar a União Eurasiana, uma reconstrução da URSS mascarada de projeto de integração regional.
Enquanto o candidato do Kremlin continuar ganhando as eleições, sem alternância no poder, a Rússia não será uma verdadeira democracia. Mais oito anos de Putin são um mau presságio.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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