A Alemanha e a França, reunidas em encontro de cúpula com a participação da Itália, anunciaram a intenção de reformar os tratados constitutivos da União Europeia para criar uma união fiscal que sustente o euro e evite novas crises das dívidas públicas como a atual. Isso exige a aprovação dos 27 países do bloco. Pode levar muito tempo, e o mercado financeiro tem pressa.
Mais uma vez, a primeira-ministra alemã, Angela Merkel, rejeitou soluções rápidas como a emissão de eurobônus ou a autorização para que o Banco Central da Europa compre títulos das dívidas dos países endividados que não conseguem colocação no mercado, informa o jornal The New York Times.
Merkel e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, prometeram não discutir mais em público suas diferenças sobre o papel do BCE no combate à crise.
A Alemanha entende que isso premiaria os países indisciplinados, criando um precedente perigoso capaz de gerar inflação, o fantasma da economia do país desde a hiperinflação de 1923, que foi uma das sementes do nazismo.
O problema dessa visão ortodoxa é que vai impor uma longa recessão e uma deflação aos países da periferia da Zona do Euro e talvez até à poderosa Itália. Seria mais lógico apagar o incêndio primeiro e depois punir os responsáveis e reformar os tratados.
Este é o blog do jornalista Nelson Franco Jobim, Mestre em Relações Internacionais pela London School of Economics, ex-correspondente do Jornal do Brasil em Londres, ex-editor internacional do Jornal da Globo e da TV Brasil, ex-professor de jornalismo e de relações internacionais na UniverCidade, no Rio de Janeiro. Todos os comentários, críticas e sugestões são bem-vindos, mas não serão publicadas mensagens discriminatórias, racistas, sexistas ou com ofensas pessoais.
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